Entre quartos desarrumados, uma casinha velha perto dos campos do Gerês (a norte de Portugal) e os lendários estúdios Namouche, em Lisboa, é que o grupo Vasco Ribeiro & Os Clandestinos gravou o disco que edita agora: “Formas de Estar“.
O álbum foi assim intitulado por duas razões: por representar diferentes fases de crescimento e estados de espírito – algumas músicas foram feitas com espaço de seis anos entre elas –, e por trazer em sua essência diferentes gêneros musicais tais como folk, pop, fado e bossa. “Queremos despertar no ouvinte formas amplas de sentir, sejam elas peculiares ou dessemelhantes“, conta Vasco Ribeiro.
Logo após terem lançado o primeiro álbum de originais, “Mais Um Dia“, em 2020, o grupo com base em Lisboa começou a pensar no que viria a ser o próximo. Havia músicas antigas que tinham ficado na gaveta, e muitas outras que foram criadas durante o período de pandemia – assim foi formado o repertório de “Formas de Estar“.
Com as bases prontas e grande parte dos arranjos planejados, a banda foi para os estúdios Namouche, inaugurados em 1973, e por onde passaram nomes como Zeca Afonso, Sérgio Godinho, Fausto e Jorge Palma, que coincidentemente integram a lista de referências do disco. “Foi um processo eletrizante e de entusiasmo infantil. Éramos um grupo de músicos e amigos movidos pelo ideal de estarem a criar algo genuíno. Buscamos fazer um disco o mais dinâmico e diversificado possível, e penso que esse objetivo foi concretizado“, diz Vasco Ribeiro.
Para além dos elementos base que constituem o projeto ao lado de Vasco Ribeiro – Francisco Nogueira, Rafael Castro, Henrique Rosário e António Gonçalves –, participaram do disco novos Clandestinos e Clandestinas, que devem também integrar concertos futuros. Dentre eles estão o cantor, compositor e flautista Gabriel Pepe; os saxofonistas João Arez e André Monteiro; o trompetista italiano Samuele Lauro; o ex-integrante da banda Steven Gillon; e o coro de vozes formado por Constança Branco e Carlota Loureiro.