Sala Suggia da Casa da Música esgota para celebrar Jorge Palma

Ontem, uma noite gelada, Jorge Palma, acompanhado por uma orquestra de câmara, esgotou Sala Suggia, da Casa da Música com um concerto que celebra o seu 70.* aniversário. O concerto denominado “Jorge Palma – 70 voltas ao Sol”junta em palco o excelente músico acompanhado por uma orquestra de câmara, dirigida pelo maestro Cesário Costa, para interpretar os seus temas mais marcantes, sob o arranjo de Filipe Melo e Filipe Raposo.

Em palco houve magia, porque sempre que assistimos a um concerto deste intérprete/compositor, somos transportados para uma outra dimensão, é quase como se estivéssemos em nossa casa, na nossa sala, e ele estivesse lá, sentado ao piano a tocar uns temas para nós.

Jorge Palma adora estar a tocar, e a cantar, ficamos quase com a sensação de que ele se esquece que está a dar um concerto, ele quer é tocar e cantar e falar com o público. Seja ao piano, ou à guitarra, ele enche o palco com a sua voz única e inconfundível. É só fechar os olhos e saborear o momento, ele é único.

Interpretou temas como “Quem És Tu”, De Novo”; “Bairro Do Amor”; “Deixa-me Rir”; “Canção De Lisboa”; “Frágil”; “Só”; “Canção De Vida”, tema este escrito para Carlos do Carmo, escrito com um atraso de quase vinte anos, escrito a pedido do próprio Carlos do Carmo, “ …hás-de me escrever uma canção, mesmo uma canção, um fado, não, tu não sabes escrever fado”, infelizmente já não houve tempo para gravar o tema; “Estrela Do Mar”; “Margarida”; “Encosta-te A Mim”, entre tantos outros.

 

Jorge Palma, em palco, é único, independentemente, de estar a ser acompanhado por outros músicos, ou neste caso por uma orquestra, a sua forma de estar em palco super descontraída, está ali para passar um bom bocado, o que ele quer é tocar e cantar, ele ama e respira música.Acompanhado pela orquestra, os seus temas tiveram um brilho especial, a sala Suggia foi pequena para tanto talento. O público, não se cansou de aplaudir e cantar.

Destaco, obviamente, a interpretação dos temas “Frágil”; “Deixa-me Rir”; “Encosta-te A Mim”, porque são temas que todos nós conhecemos e entoámos, e são marcos na carreira do autor.

Os dois temas interpretados com Cristina Branco,  Estrela Do Mar” e “Margarida”, que par de vozes fenomenais, a voz de Jorge Palma, que todas as pessoas identificam, pois tem um timbre e um ADN únicos e a de Cristina Branco, que eu desconhecia, e que é simplesmente excecional.

Não posso, também, deixar de destacar o tema “Portugal, Portugal”, aí já interpretado com a guitarra.

 

Foi um concerto fantástico, com um músico único, que acima de tudo quer é tocar e cantar, sem filtros, sem preocupações de visual, ou coreografias, está ali para fazer o que mais gosta e que lhe dá prazer, o resto é secundário.

Casa cheia, público, sempre, a aplaudir, aplaudiu de pé, foi comovente e mágico.

Esta quarta-feira, à noite, fez-me recordar os tempos pré pandemia, em que as salas estavam repletas, as pessoas não se coibiam de cantar com entusiasmo e aplaudir até à exaustão, ontem a máscara apenas nos impediu de ver a cara de felicidade e satisfação de todos aqueles que abandonavam a sala Suggia, no final do concerto.

Parabéns ao Jorge Palma, parabéns à orquestra e ao maestro cenário Costa, parabéns a todos os músicos presente, parabéns a todos nós que tivemos o privilégio de assistir a um concerto fora de série.

 

Reportagem: Ana Cristina

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