Regressa o Ano Malfeito com 800 Gondomar, Unsafe Space Garden e Solar Corona

Seis anos de Malfeito numa festa de três dias. O Ano Malfeito está de volta a Fafe entre os dias 6 e 8 de abril, com uma programação que sublinha a vontade de dar palco a alguns dos mais vibrantes nomes da música portuguesa. Onze projectos vão ocupar dois espaços da cidade, num evento que celebra mais um ano de actividade da promotora fafense.

 

De momentos se fazem os dias, e são os especiais os que mais teimam em perdurar na memória, desafiando a corrente das cada vez mais fugazes andanças habituais. Este é um deles. O muito aguardado regresso dos 800 Gondomar, power-trio portuense de garage punk, faz-se no Ano Malfeito. Depois de um longo e assumido hiato, as performances suadas e explosivas da banda de “Sou Cidadão” deixaram água na boca de todos aqueles que estremeceram com os gritos genuínos de quem canta o que viveu, de quem sabe do que fala. Aproveite-se este, com urgência, que do futuro nada sabemos.

 

Também ao serviço do rock, mas a entrar em caminhos mais espaciais, os Solar Corona chegam a Fafe com o recém-lançado “Pace“, para um concerto que antecede uma tour europeia de 20 datas. “Pace” ganha ao vivo uma forma alquímica e mântrica feita de conflitos entre estilos hipnotizantes. Sem abdicar do psicadelismo e do rock n’ roll, a formação renovada dos Solar Corona usa-se da exploração electrotónica para alcançar novos espaços sónicos e camadas sonoras.

 

Não é música (deste) mundo. Difíceis de engavetar, os Unsafe Space Garden agitaram o panorama musical português com uma linguagem singular e teatral, percorrendo um mundo idiossincrático de exuberância multicor. Numa amálgama inclassificável de folk, psicadelismo, jazz, pop, e rock, as memoráveis performances da formação roçam o absurdo com uma atitude ora doce, ora provocadora. Com novo álbum a chegar e à boleia do primeiro single de avanço, “GROWN-UPS!”, os Unsafe Space Garden são mais uma adição estimulante ao cartaz do Ano Malfeito.

 

Não são debutantes, mas agora trazem disco de estreia. Os Summer of Hate lançaram “Love is Dead! Long Live Love” e revelaram-nos uma neo-psicadelia shoegaze que encontra na beleza de melodias simples o motivo ideal para nos largarem uma parede de som floreada com timbres distintos e psicóticos. Do outro lado, os Hetta: música rápida, caótica, navegando os universos do mathcore, do screamo e do noise, embrulhando-os num pós-hardcore que tanto pisca o olho aos idos anos 90 e 00, como procura dar a mão aos ventos do futuro. Para queimar. Num espectro mais hipnótico, os Maquina trazem o poderoso “Dirty Tracks For Clubbing“, um ritual circular de rock sujo com psicadelismo obscuro, piscando o olho à força industrial da dança. Cheira a perigo. E sentimo-lo também com Mike Vhiles, trio vertiginoso com trabalho novo quase cá fora. “Mystic Dream Sequence“, disco-pesadelo que promete distorcer tanto o som quanto a realidade, explora temas obscuros e perturbadores com guitarras gritantes e afiadas, e vai ter no Ano Malfeito um dos primeiros concertos de apresentação. A fechar duas das noites, Cadê Carol e A Boy Named Sue assumem as cabines.

 

A par da programação no Café Avenida, o cartaz conta ainda com uma proposta de programação com curadoria da label portuense Favela Discos. Nos dias 7 e 8 de abril, o Verde Pinho recebe David Ole e Nuno O & Vasco da Ganza.

 

 

Café Avenida

Dia 6

22:30 – Mike Vhiles

00:00 – Cadê Carol

Dia 7

22:00 – Maquina

23:00 – Unsafe Space Garden

00:00 – 800 Gondomar

Dia 8

22:00 – Solar Corona 

23:00 – Summer of Hate

00:00 – Hetta

01:00 – A Boy Named Sue

 

Verde Pinho

Curadoria Favela Discos

Dia 7

17:00 – David Ole

Dia 8

17:00 – Nuno O & Vasco da Ganza

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