Pedro Geraldes lança duas músicas a solo…

Lázaro é Pedro Geraldes. O mesmo Pedro Geraldes dos Linda Martini, mas sozinho. Desde sempre compôs para as gavetas e para os amigos. Com guitarra, pedais, sintetizadores, computadores e muitas outras coisas sonoras. Agora, abre a sua música a quem quiser ouvir.

Irónico é pensar que foi a obrigação de ficar em casa que suscitou a libertação da sua música e que, dessa abertura, sejam lançadas agora duas músicas: “Almada” e “Darque (no chão da Califórnia)” que apresenta como a “Introdução à Ressurreição”.

 

Lázaro, pretende voltar à vida muitas vezes, ao ritmo das suas vontades, para ir libertando mais temas do seu arquivo, sem pretensão ou compromisso, para (talvez um dia) reunir tudo num vinil bonito.

Para já, são dois temas catárticos e hipnóticos. A primeira que tem excertos da “A cena do ódio”, de Almada Negreiros, numa voz visceral e quase irreconhecível de Mário Viegas, sobre uma batida que nos parece querer atirar para a frente. A segunda, mais soturna, num ambiente que poderia sair de um filme de David Lynch, traça uma viagem pulsante por um percurso que mistura sonoridades eletrónicas com guitarras, ora etéreas, ora cortantes, a um poema de Eugénio de Andrade dedicado a Jorge de Sena.

 

Nascido em Lisboa em ’81, cresceu na linha de Sintra, dividindo o tempo entre a escola, o skate e as bandas de garagem. Na cena punk construiu o seu grupo de amigos e, inspirado pelos discos do primo mais velho, fez da guitarra a sua primeira namorada. Estudou jazz, tirou o mestrado em design de som e viveu em Barcelona. Mais recentemente, divide o seu tempo entre a sua banda – Linda Martini, na composição de música a solo, como Lázaro, em concertos com os projetos Mão Verde ou Água & Sal, a meias com Capicua, e a tocar guitarra/lapsteel ao vivo com a fadista Carminho.

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