Palco LG byRádio SBSR dedicado à nova música nacional com programação completa

Na edição que marca o regresso do Festival ao Meco, o Palco LG by Rádio SBSR continua a ser o palco que dará maior espaço à nova música nacional no Super Bock Super Rock. Estraca, Fugly, Galgo, Grandfather’s House, Madrepaz, Pedro Mafama, Sallim (na foto), TNT e Twist Connection são os nomes confirmados…

 

Os Madrepaz são uma banda de Lisboa formada por Nuno Canina, Pedro da Rosa, Ricardo Amaral e João Barreiros. A história do baterista Canina e do guitarrista Pedro da Rosa começou na banda Os Golpes, uma das bandas que esteve na vanguarda do movimento da Nova música portuguesa, e que no princípio do milénio uniu uma geração determinada a devolver a portugalidade ao roque português. Pedro e Canina deram continuidade a esse trabalho em bandas como os The Mighty Terns e Armada (Ricardo Amaral era o guitarrista). Durante a gravação do segundo registo da banda Armada, aperceberam-se que estava em curso uma mudança de sonoridade. Nessa altura, Pedro, Nuno e Ricardo começaram a busca por uma nova estética musical e isso levou a uma visão mais clara e profunda da identidade do grupo e do tipo de música e da mensagem que queriam partilhar. O teclado de João Barreiros viria a juntar-se ao grupo na recta final do ano de 2015. Nasciam assim os Madrepaz. Em dois anos editaram dois discos: “Panoramix” foi editado em 2017 e o segundo disco, “Bonanza“,foi editado em 2018 – ambos figuraram nas listas de melhores do seu ano. Em 2019 a banda participou no Festival da Canção com a interpretação da música “Mundo a Mundar” de Frankie Chavez e Pedro Puppe, conquistando o 4º lugar na final.

 

Grandfather’s House surgiu em meados de 2012, em Braga, como um projeto “one-manband” do atual guitarrista Tiago Sampaio. Em 2013, a sua irmã, Rita Sampaio, junta-se à banda como vocalista e, em 2014 lançam o seu primeiro registo, o EP “Skeleton”. Após o lançamento, João Vitor Costeira adicionou bateria à banda, finalizando a sua formação, com Rita Sampaio ainda nos sintetizadores. Em Março de 2016 editaram o primeiro disco, “Slow Move”, com uma sonoridade marcadamente mais pop e synth-pop, em contraste com o blues do primeiro EP. Mais de 100 concertos depois editaram o seu terceiro registo “Diving”, de 2017, fruto de uma residência artística no espaço GNRation em Braga, contando com vários convidados como Adolfo Luxúria Canibal (voz), Mário Afonso (saxofone) e Nuno Gonçalves (teclados) – o último acompanha atualmente a banda. Entretanto, João Vitor Costeira deixa de pertencer à formação e entra Ana João Oliveira para a bateria. Com o início de 2018, “Diving” foi considerado por inúmeras publicações como um dos melhores álbuns de 2017.

Chama-se Francisca Salema e começou a assinar Sallim graças ao tumblr que criou em 2013. Estudou Belas Artes, depois mudou para Letras, e talvez haja um pouco desses dois universos na música que faz: a construção de uma atmosfera muito própria, muito visual, acompanha o gosto por cantar em português, com um enorme à vontade com a nossa língua. Em 2016 editou “Isula”, o seu primeiro disco. Folk à portuguesa, dreampop ou qualquer outro rótulo parece chocar com a verdadeira motivação de Sallim: fazer canções e fazê-las bem. No início de 2019, editou o seu segundo disco, “A Ver o que Acontece”, produzido por Eduardo Vinhas e por si própria. As letras são de uma simplicidade desarmante e revelam algumas dores de crescimento da parte de alguém que às vezes “só quer ficar na cama”. As canções, essas, continuam um encanto, como se percebe quando ouvimos “Primavera Nova” ou “Não Vale a Pena Pensar”.

Oriundos de Coimbra, os Twist Connection são formados por Carlos “Kaló” Mendes, baterista e vocalista (Tédio Boys, WrayGunn, bunnyranch, Parkinsons), Samuel Silva, guitarrista (Jack Shits), Sérgio Cardoso, baixista (É Mas Foice, WrayGunn) e Raquel Ralha (BelleChase Hotel, WrayGunn). Influenciados por uma série de estéticas do Séc XX que entraram pelo novo milénio, desde os 50´s ao Punk, encontram agora a sua própria identidade. Gostam de Rock´n´Roll, e praticam-no. Fazem com que esse espírito sobreviva e falam sobre isso a toda a gente. O álbum homónimo da banda foi considerado pela Revista Blitz, pela Rádio SBSR, pela Glam Magazine e pela Rádio Autónoma, entre outra media especializada, como um dos melhores de 2018.

Pedro Feio, ou Jimmy, começou o projeto FUGLY em 2015, quando se fartou de estar sempre atrás da mesa de mistura e começou a querer subir de vez em quando ao palco. Chamou Rafael Silver e, mais tarde, Nuno Loureiro para juntos descobrirem a solução para três questões fundamentais. “Como se entra para as áreas secretas dos jogos do Tony Hawk?”,“Qual a melhor cor de calças?”,“Cerveja: gelada ou morninha?”. Após mais de 40 espectáculos num só ano graças ao sucesso do primeiro EP, “Morning After”, os FUGLY seguem o seu percurso em busca do caos e da excentricidade frenética do noise e do garage, bem como “a cura para a ressaca”, com o novo “Millennial Shit”. O novo álbum, completamente produzido e gravado pela banda no Adega Studios, gira à volta do romance jovem, das noites loucas em que tudo pode acontecer e também do arrependimento causado por um dia seguinte cheio de perguntas sem resposta, com todo o existencialismo associado a esses estados de espírito.

Um dos projetos mais interessantes no que ao rock português diz respeito, os Galgo são quatro: Miguel Figueiredo (guitarrista), Alexandre Moniz (guitarrista), João Figueiras (baixista) e Joana Baptista (baterista). Como tantas vezes acontece nestas coisas da música, os membros da banda conheceram-se ainda no liceu, onde partilharam discos e as primeiras descobertas musicais. Influenciados num primeiro momento por nomes como os ArcticMonkyes ou TheStrokes, os Galgo estrearam-se em 2015 com o lançamento do EP5. Ganharam um prémio atribuído pela Associação Portuguesa de Festivais de Música que lhes permitiu uma presença no Sziget Festival na Hungria, experiência que os marcou profundamente e contribuiu para o crescimento da banda. Em 2016 editaram o disco de estreia, “Pensar faz emagrecer”. Notavam-se as influências do pós-rock, um toque de afrobeat e de bandas como os portugueses PAUS ou os norte-americanos Battles. Mas também se notava uma linguagem própria, uma linguagem Galgo. E isso fica ainda mais evidente em “Quebra Nuvens”, o disco editado em 2018. E o título parece uma descrição daquilo que podemos ouvir no disco: duro, às vezes tribal, mas também um tanto atmosférico em outros momentos, sempre na medida certa. Temas como “Banho Quente” e “Tira-teimas” são marcas do talento dos Galgo.

Nascido em 1997 no bairro da Musgueira, Estraca é a mais recente promessa do hiphop português e uma lufada de ar fresco no universo musical nacional. Com a energia que o caracteriza, é o tipo de MC que faz ouvir a sua alma quando mistura as rimas com o seu flow explosivo. O jovem rapper do Lumiar conta já com duas mixtapes e dois álbuns no seu currículo. Mostrou-se pela primeira vez com a mixtape “Ouve e Respeita”, reafirmando a sua presença logo depois com “Histórias”, e em 2016 aparece o seu primeiro trabalho em formato físico: “Compilação”. Em 2018 lançou o seu segundo álbum, um disco homónimo. “Estraca” conta com produções de Madkutz e Charlie Beats e é um álbum envolto de consciência social, onde o jovem aborda temáticas e problemas tão presentes no quotidiano, como o cancro, os bairros sociais, o desemprego, a corrupção e a política.

 

TNT é o nome artístico de Daniel Freitas, rapper almadense com vários anos de atividade no movimento hip-hop português. Após dois discos de originais com a banda M.A.C. e um disco em nome próprio lançado em 2014, lançou em 2018 o seu segundo disco a solo. O álbum “MDO” é a continuação de uma saga iniciada com Pedro Quaresma (Da Weasel) com a edição de “Unhas & Dentes”, disco que teve um feedback muito positivo e levou TNT a actuar nos festivais Rimas e Batidas (Musicbox 2016), Santos da Casa (Rádio Universitária de Coimbra) ou Outjazz 2016. O amadurecimento e a evolução como artista traduzem-se nos onze temas desse último disco. Participações de figuras como Melo D, Carlão, DJ Glue e TC marcam a musicalidade deste trabalho, que pretende ser um cruzamento entre a linguagem rap, rock, funk e as novas tendências eletrónicas. Em 2019 editou um novo EP, intitulado “ForeverYoung”, sete temas escritos pelo próprio e com produções de DJ Player.

Pedro Mafama cresceu entre os Anjos e a Graça. Ou seja, passou os seus anos de liceu imerso no ambiente dos bairros populares de Lisboa. Mais tarde, estagiou com a Enchufada e acompanhou os Buraka Som Sistema como vendedor de t-shirts… Estudou Artes Plásticas na faculdade e viveu em Bruxelas durante um ano, no bairro marroquino de Molenbeek. Em 2017 voltou a fazer música regularmente, depois de uma pausa para acabar os estudos. Começou por juntar as sonoridades e as estéticas da batida/kuduro lisboeta com o trap e drill americanos, e acabou até por ser influenciado pelo fado. Em Maio de 2018 lançou o EP “Tanto Sal”, onde juntou todas as suas experiências e influências sonoras. Neste EP há fados sobre noites exageradas e corações partidos, sempre regados a auto-tune, com guitarras portuguesas a tocar melodias arabescas…

 

photo: Paulo Homem de Melo / Glam Magazine

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