Tarde solarenga e lenta no Hard Club. Os Solar Corona pensavam que iam proporcionar um momento introspectivo mas o chill entre amigos e o calor, tão grato, proporcionou uma viagem sonora distinta e ondulante. Ótimo para sentir e imaginar!
O José Roberto Gomes e o Rodrigo Carvalho foram os primeiros a chegar, seguidos do novo elemento, o Nuno Loureiro que, por sua vez, toca nos Fugly e tem um projecto como Dj complexamente surpreendente! O baterista, Peter Carvalho, chegou por último não sem nos espantar com os elementos que colocou na mesa…
O José encontrou o seu groove encima da hardcase, banco e palco, para os seus solos no baixo. Ela estava a adorar e nós também!
No meio de tantos cabos, varizes do corpo electrónico por onde passa a frequência do improviso, havia muitíssima concentração nos dedos de Nuno e Rodrigo. Synths aéreos e delicados. Foram mais de duas horas sem interrupção… somente para um fino ou outro.
No core, as máquinas manipuladas por humanos, tal nave espacial ou submarino e, nos flancos o humanismo puro da expressão confiante do baixo enquanto sob o subtil comando do Peter ouvimos vinis, um seed pod shaker feito de nozes e um chocalho, ambos instrumentos considerados de percussão, em versão ecológica em forma de garrafa de plástico de água pequena com terra lá dentro!
Segundo as palavras do próprio, o som do Seed Pod Shaker de nozes é “amadeirado“.
Ambiente white electro psicanálise psicadélica com baleias a nadar ao lado e entre as marés dum profundo oceano de qualquer Atlântida perdida. Amazonas de smartphone na mão sem mergulhar no episódio real. O burburinho da cidade é o teu wallpaper.
Sesta de pestana aberta, sonoro metaplástico embrulhado em seguro rústico galáctico-independente.
Quando o espaço visita a terra!
Quando o urbano se une ao rústico!
Quando o galáctico emerge do oceânico!
Universal
Reportagem e fotografias: Magda Costa