Festival Para gente Sentada encerra no Gnration em sentidos opostos

Na segunda e última noite do Festival Para Gente Sentada, o encerramento aconteceu mais uma vez no Gnration, com 2 concertos na blackbox, IAN e Riding Pânico, e com Nuno Lopes como DJ de serviço na Sala Multiusos do espaço.
Duas propostas musicais marcavam o alinhamento da noite, duas propostas nacionais em sentidos opostos. Por um lado o projecto electro pop dançavel de IAN, por outro lado o post rock instrumental dos Riding Pânico. Sentidos opostos em palco e opostos no público. Se os Riding Pânico são um nome já firmado no panorama musical nacional, contando com um conjunto de músicos em palco com provas dadas igualmente em outros projectos, Ianina Khmelik, ou IAN era uma aposta que começa agora a desbravar os palcos nacionais.

Ianina Khmelik, violinista russa, nascida e criada em Moscovo mas a residir em Portugal há mais de uma década, é cantautora e violinista na Orquestra Sinfónica do Porto. IAN (o projeto) caracteriza-se pela fusão de elementos pop, trip-hop e eletrónica com uma forte presença de instrumentos clássicos como piano acústico e violino, frutos da sua experiência clássica. IAN percorreu em palco as canções dos seus 2 EP’s apresentando ainda um tema novo que fará parte do álbum de estreia que está a preparar.
A fusão do clássico ao moderno adquire particular atenção na fusão das várias camadas musicais que IAN desenvolve neste seu ‘trabalho pós-laboral’ (como referiu). Visualmente atractiva, a sua presença em palco cativa o público que assistiu à sua apresentação, que da forma como se apresenta, quer como cativa o público, recorrendo a uma energia pouca carateristica de quem é violinista na Orquestra Sinfónica do Porto. Beats, hip/hop, loops não faltam à construção das canções (em inglês) de IAN.

É foi boleia de “Rabo de Cavalo”, o terceira longa duração editado no arranque de 2017, que os Riding Pânico encerram a edição de 2018 do Festival Para Gente Sentada. O sucessor de “Homem Elefante”, que não foi esquecido durante a noite, reafirmou o espaço de culto que os Riding Pânico assumiram no rock instrumental nacional, em sentido oposto à apresentação de IAN.

É o terminar de mais uma edição do Festival Para gente Sentada. Ao longo de 2 dias Braga recebeu um conjunto de propostas para ouvir sentado(a). Vozes tímidas, canções destroçadas, poesia irreverente, camadas de sons e beats dançaveis, houve um lugar para tudo isto e um espaço que mais uma vez conquista a cidade. Se Nils Frahm era o nome mais aguardado, a simplicidade de Nuria Graham ou e juventude de Alice Phoeve Lou ou o quebra corações Marlon Williams conquistaram um público adulto que mais uma vez procura um Festival para se ver e ouvir… sentado.

Reportagem e fotografias: Paulo Homem de Melo

 

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