“Viagens Pelo Mundo: Um Guia Irreverente”… o livro póstumo de Anthony Bourdain

Viagens Pelo Mundo: Um Guia Irreverente”, o livro póstumo do chef Anthony Bourdain, concluído pela assistente de longa data, Laurie Woolever, é editado pela Casa das Letras, na próxima terça-feira, dia 21 de Setembro.

O prefácio é assinado por Ljubomir Stanisic, admirador confesso do também apresentador de televisão, que se suicidou no dia 8 de Julho de 2018.

 

“Percebo agora que me sentia (sinto!) zangado com o teu desaparecimento. Não podias. Não podias mesmo! Tudo o que me deste, tudo o que deste aos cozinheiros, à gastronomia, ao Mundo… Abriste as portas por nós. Abriste-nos os olhos. Escancaraste-nos as mentalidades. Derrubaste barreiras, acabaste com ‘fronteiras’, destruíste preconceitos. Não sabes, mas ajudaste-me tanto…! Neste «Atlas do Mundo» que se segue, mais do que dicas de viagem, estão as tuas entranhas, os teus nasty e nada-nasty bits. É bom voltar a eles”, escreve Ljubomir Stanisic, lembrando que Bourdain, que conheceu em Lisboa em 2011, morreu no dia em que completava 40 anos.

Viagens Pelo Mundo: Um Guia Irreverente” inclui conselhos essenciais sobre como chegar, o que comer, onde ficar e, nalguns casos, o que evitar. Nova Iorque, as casas tribais no Bornéu; a cosmopolita Buenos Aires, Paris e Xangai, ou a beleza da Tanzânia e de Lisboa são algumas paragens nesta volta ao mundo em 500 páginas. As palavras de Bourdain – retiradas de entrevistas e dos programas televisivos que fez – são complementadas com textos escritos por amigos, colegas e familiares, que relatam inúmeras histórias, de lugares que conheceram com ele, como é o caso das recordações de visitas a França,  Uruguai e à costa da Nova Jérsia do irmão, Christopher Bourdain. Histórias enriquecidas pelas ilustrações de Wesley Allsbrook.

 

É duro e solitário ser co-autora de um livro sobre as maravilhas das viagens pelo mundo, quando o colega de escrita, esse mesmo viajante, já não viaja por este mundo”, escreve Laurie Woolever, na introdução de um guia que foi preparado numa única reunião com o chef norte-americano. A jornalista, a quem Bourdain chamava “o meu tenente”, começou a trabalhar com sua assistente pessoal em 2006 – embora, em 2002, o tenha ajudado rever e testar as receitas do primeiro livro: “Cozinha Confidencial – Aventuras no Submundo da Restauração”, editado em Portugal pela Leya.

 

 “Nunca foi minha intenção ser repórter, crítico, defensor. Também nunca foi minha intenção providenciar às pessoas ‘tudo’ o que elas precisavam de saber sobre um determinado lugar — ou mesmo uma visão imparcial ou abrangente. Sou um contador de histórias. Vou aos sítios, volto. Conto-vos como esses sítios me fizeram sentir. Recorrendo a poderosas ferramentas como fotografias fantásticas, uma edição impecável, a mistura de som, a correção das cores, a música (que é com frequência composta especificamente para o efeito) e produtores brilhantes, consigo — no melhor dos casos — fazer com que se sintam um pouco como eu me senti na altura. Pelo menos espero que sim. É um processo de manipulação. É também um processo que me dá uma satisfação profunda.”

Partilha