Unflower foi um dos primeiros desfiles no primeiro dia da 46ª edição do Portugal Fashion.
Na tela, Lucian Freud retratou Celia Paul com um enorme poder afetivo, com insistência e insensibilidade pela sua vulnerabilidade. Quando Freud faleceu, Celia Paul expressou a sua própria história. Coberta de tinta, num apartamento comprado por ele, desenvolve camadas de afecto e vingança transcritas na tela. Essa dinâmica – a força e a fragilidade – inspiram a coleção, alternando sarjas e peças em pele sobrepostas a malhas justas e estruturadas, remendadas com pespontos e costuras sobrepostas, e cetins que denunciam a fragilidade e o envolvimento amoroso. Sobre as malhas, manchas e prints de tie dye, retratam o trabalho de Celia.
Os prints inspirados na estética de trabalho de Jonathan Lasker, apresentam uma abordagem divertida e colorida, com formas e ideias de espaço preenchido/vazio.
A mensagem chega na coleção de uma forma subtil, inspirando não só os grafismos dos estampados mas também a forma como aparecem ao longo da coleção – interrompida mas forte, quase como manchas de informação visual, característica do universo.
Fotografias: Paulo Homem de Melo