Space Festival leva música experimental e improvisada para fora dos grandes centros urbanos

De 26 a 28 de novembro, Caminha acolhe o Space Festival e será palco para espetáculos de música experimental e improvisada. O festival, que este ano decorre em duas salas distintas (Valadares Teatro Municipal de Caminha e Cineteatro dos Bombeiros Voluntários de Vila Praia de Âncora) pretende explorar novas formas de produzir e divulgar a música experimental e improvisada em Portugal, ao promover o acesso a projetos artísticos consolidados e emergentes fora dos grandes centros urbanos.

 

O Space Festival é organizado pela Associação Cultural Rock‘n’Cave e surgiu em 1999, em Coimbra. Até 2005, no decorrer de várias edições itinerantes em diversos locais como Porto, Lisboa, Braga e Aveiro, programou inúmeros artistas portugueses de referência, abordando os novos rumos da música contemporânea possibilitados pela via da experimentação, da improvisação e das novas tecnologias digitais.

Esta nova edição de 2021 será o regresso do Space Festival, que acompanhou a evolução do panorama da música nacional e renasce com um novo propósito: contribuir para a divulgação desta área da música rica em inovação e criatividade em territórios de baixa densidade. O objetivo é estimular a coesão territorial na fruição de espetáculos artísticos diversos e a circulação de artistas em todo o território nacional, para que este género de música se torne mais acessível em vários pontos do país.

 

Regressando à génese do festival, a Associação Cultural Rock‘n’Cave convida o Space Ensemble, uma formação musical que trabalha com diversos músicos, inspirada no Space Festival e com origem nas suas primeiras edições, a apresentar alguns espetáculos e também a convidar outros artistas e projetos nacionais de referência para uma mostra de concertos que prometem antecipar o que aí vem em futuras edições. A programação inclui espetáculos únicos e ricos em diversas vertentes, onde as artes visuais, a tecnologia e a performance dialogam com a música experimental e improvisada.

O Space Ensemble apresentará 4 espetáculos multidisciplinares distintos – Piratas e Sereias, Ostras e Baleias, Cine-Música (com a participação de escolas de música), As Aventuras do Príncipe Achmed e Pequeno Mundo – musicados ao vivo por diversos artistas portugueses que se dedicam a uma expressiva variedade de instrumentos e cujo trabalho se tem desenvolvido nesta área da experimentação e improvisação.

O primeiro dia do festival decorre no Cineteatro dos Bombeiros Voluntários de Vila Praia de Âncora e a programação destina-se a famílias e público em geral, com o filme-concerto Piratas e Sereias, Ostras e Baleias, composto por diversas curtas metragens de animação de várias nacionalidades.

 

O segundo dia começará com o espetáculo Cine-Música, também no Cineteatro dos Bombeiros Voluntários de Vila Praia de Âncora, que será uma apresentação do resultado da Oficina de Música para Filmes desenvolvida pelo Space Ensemble em diversas escolas de música. Esta oficina está a ser trabalhada em várias localidades, com o objetivo de despertar os jovens para as potencialidades da música experimental e improvisada, bem como criar uma relação de proximidade com a comunidade dos locais onde decorre o festival. Em Caminha, a oficina decorrerá nos dias 19 e 20 de novembro, com a Academia de Música Fernandes Fão de Vila Praia de Âncora, no âmbito da componente de Serviço Educativo do Space Festival. Além dos participantes de Caminha, este espetáculo conta também com a participação de alunos do Ensemble de Clarinetes de Goián (Tomiño, Espanha) e da Escola do Rock de Paredes de Coura, onde a mesma oficina foi dinamizada.

 

No mesmo dia, a programação da noite passa para o Valadares Teatro Municipal de Caminha, com um solo do multi-instrumentista Jorge Queijo, que lançou 10 discos em 2020, 7 dos quais foram lançados em 7 horas, seguindo-se o filme-concerto As Aventuras do Príncipe Achmed, que integrou recentemente a programação do Film-Fest em Setúbal e do Festival Jazz ao Centro em Coimbra, onde o filme com o mesmo nome de Lotte Reiniger de 1926, considerado historicamente a primeira longa-metragem de animação, ganha uma nova vida.

 

A programação do festival encerra no dia 28 de novembro, também no Teatro Valadares, com o solo de Samuel Martins Coelho, artista multidisciplinar que lançou recentemente Cura, o seu segundo álbum a solo, pela Lovers & Lollypops, seguido do espetáculo multidisciplinar Pequeno Mundo, que cruza diversas áreas artísticas, como vídeo, representação, dança e a música, com estímulos científicos em parceria com uma investigadora da área da Biologia.

Partilha