Sete corpos únicos com características e histórias diferentes formam um só “Corpo Clandestino”

A celebrar 20 anos de percurso artístico, o reconhecido coreógrafo vimaranense Victor Hugo Pontes regressa a Guimarães, no próximo dia 17 de março, às 21h30, para apresentar o seu “Corpo Clandestino“, um espetáculo que forma um único corpo de baile coletivo a partir de sete intérpretes com corpos e histórias diferentes.

Os corpos de Ana Afonso Lourenço, Andreia Miguel, Gaya de Medeiros, Joãozinho da Costa, Mafalda Ferreira, Paulo Azevedo e Valter Fernandes surgem assim no palco maior do Centro Cultural Vila Flor para serem veículos de identidade, produzindo imagens que não se esquecem, dizendo-nos coisas que talvez não pensássemos escutar.

Corpo Clandestino” é assim um lugar de fala de sete intérpretes. O molde destes corpos é raro, insuscetível de categorização, com frequência remetido a uma invisibilidade que reconforta quem (não) vê e desestabiliza quem (não) é visto. Este lugar de conforto fica aqui deliberadamente vazio. “Corpo Clandestino” constitui um exercício de deslocamento e recomposição: coloca-se em cena o que habitualmente não é de cena; ajusta-se a atenção; encaixam-se peças físicas singulares.

 

Em palco estão intérpretes cujos corpos não-normativos lançam o espectador, sem rede, numa paisagem poucas vezes vislumbrada – a de um corpo de baile configurado por oposição a classicismos e ideais. Em palco está afinal um só corpo, formado por sete peças verdadeiramente únicas.

 

Photo: Estelle Valente

 

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