“Miramar II” parte da vontade deste duo de guitarristas (que se encontrou pela primeira vez no festival Guitarras ao Alto) continuar a fazer música em conjunto, da mesma forma natural e espontânea com que o fizeram no seu disco de estreia. Um novo capítulo de uma ainda breve história que se deseja longa.
O disco foi gravado no Miramar Sessions Studio, situado não por acaso, no local que deu nome ao projeto, a localidade costeira de Miramar, no concelho de V. N. de Gaia. As sessões de estúdio ocorreram no ano de 2020, durante uma semana de Abril (ainda em período de confinamento) e outra no mês de Dezembro. As sessões foram registadas por João Bessa que em conjunto com Frankie Chavez e Peixe, assina a produção do álbum.
Peixe sobre o processo musical dos Miramar refere que “as músicas e os arranjos vieram de lugar nenhum, sem mapa e sem origem palpável, brotam do interior dos nossos corpos musicais que se estimulam mutuamente e desencadeiam no outro a magia da criatividade, a fluidez inexplicável das coisas que contra as probabilidades se tornam simples. Difícil é, portanto, escolher títulos que encerram e aprisionam em conceitos deste mundo de ideias concretas, as ideias sonoras, universais, que não se deviam nunca sujeitar a essa concretização inuniversal.”
“A música de Miramar, sendo experimental, requer ouvidos tipo búzio, afeitos a escutarem um mar de guitarras mais evocativo do que real. Ela é um laboratório de lugares, um tipo de viagem à volta de um quarto, e o seu desdobramento cénico uma virtude da sua tensão. Dir-se-ia ser este tipicamente um país pequeno para dois solistas, não fosse este um espaço de fuga de dois paisanos, duplicado por dois horizontes únicos de paisagem.” diz-nos Daniel Jonas, poeta e dramaturgo, sobre Miramar II.
No próximo dia 14 de Março, “Miramar II” é apresentado ao vivo no Teatro Maria Matos em Lisboa. Este será o primeiro concerto de uma digressão dedicada ao novo álbum da dupla Frankie Chavez e Peixe com novas datas a anunciar em breve