Primavera une Orquestra Metropolitana de Lisboa e Coral de Letras no Coliseu

A estação florida terá um momento alto no Coliseu Porto, a 21 de abril: o Concerto de Primavera. Nessa noite de sábado, a Orquestra Metropolitana de Lisboa e o Coral de Letras da Universidade do Porto encontram-se para, juntos, interpretarem duas composições: “Concerto para Piano N.º 21 em Dó Maior, KV 467”, de Wolfgang Amadeus Mozart, e “Sinfonia para a Divina Comédia de Dante, S. 109”, de Franz Liszt.

Como um filme que se baseia numa obra literária, Liszt deixou-se guiar pela Divina Commedia de Dante Alighieri e compôs, em 1855, uma sinfonia magistral. O imaginário do poeta toscano, repleto de alegorias morais e projeções místicas, é ilustrado musicalmente com um turbilhão de sensações inspiradas numa ideia de Inferno, nas sonoridades cristalinas do Purgatório e da ascensão ao brilho das estrelas, ânimo evocativo do Paraíso nas vozes de um coro feminino que entoa um cântico a Virgem Maria.

Mas porque os filmes também se inspiram em obras musicais, o Concerto de Primavera vai recordar um concerto para piano do século XVIII que se viu popularizado nas telas de cinema. O segundo andamento do Concerto N.º 21 de Mozart destaca-se no filme “Elvira Madigan”, realizado pelo sueco Bo Widerberg em 1967. É uma das mais belas melodias de sempre.

 

A dirigir a Orquestra Metropolitana de Lisboa estará o maestro Pedro Amaral e, no piano, a solista Inês Costa, graduada pelo Royal College of Music de Londres. A batuta que rege o Coral de Letras é a mesma desde a sua fundação, em 1966: a do maestro José Luís Borges Coelho, à época um dos estudantes que fundou esta instituição premiada que é já património da cidade. No ano passado, a Universidade do Porto atribuiu ao maestro o título de Doutor Honoris Causa

 

photo: Antonio Pedrosa

Partilha