“Once Upon a Tour”… o regresso de Daily Misconceptions

Once Upon a Tour” é um álbum tocado e gravado ao vivo, sem overdubs ou misturas posteriores. É o primeiro álbum ao vivo de Daily Misconceptions e aqui encontra-se um pouco da história, evolução e uma alcançada e reconhecida maturidade. Viaja-se desde “True Project” até “Our Little Sequence of Dreams” com tudo o que existe pelo meio.

 

O ano era 2019 e Daily Misconceptions fazia a última digressão por Portugal, pela mão da Planalto Records, para finalizar a promoção do seu primeiro longa duração (editado em 2016). Estava na hora de arrancar para o processo de composição e gravação do seu segundo álbum (a ser editado em 2021).

 

Existe um processo bastante único em Daily Misconceptions – a facilidade com que adapta e recria constantemente as suas composições – ideia bem presente nesta edição, ou não fosse um hábito que o acompanha desde os tempos de Puget Sound. É um facto que alterar a instrumentação, estrutura e estética de cada tema, assim como os ensaios necessários para os tornar sólidos e emotivos, não é tarefa fácil. Mas para Daily Misconceptions essa é a sua praia – como se a repetição fosse algo a que tem aversão em cada digressão que faz, ou quiçá apenas uma vontade constante de inovar-se e desafiar-se a si mesmo.


Em “Once Upon a Tour”, Daily Misconceptions recorre a técnicas já anteriormente utilizadas mas apenas em estúdio. Nomeadamente duas que dão um ânimo bem particular a esta última digressão – um gravador de cassete multipista e um sintetizador modular. Aqui, entende-se imediatamente a decisão de arriscar, sem qualquer receio, de que algumas coisas possam vir a correr mal. Falamos de equipamentos pouco estáveis e que requerem bastante treino e mestria. Na escolha destes dois instrumentos está o fio condutor para a hora e meia de duração deste concerto. São eles o elo de ligação entre todas as músicas, separadas pelo tempo e pelas decisões tomadas há anos atrás. É esta a atitude que dá vida, inovação e experimentação a este concerto. Sem qualquer receio de poder falhar. Porque os erros, as hesitações, as imperfeições e os desafios estão todos aqui. E estas são as sensações que devemos ter em mente quando tocamos ao vivo.

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