O CineEco Seia está de regresso em Outubro

Está marcada mais uma edição do CineEco Seia. Entre 13 e 20 de Outubro, o Festival de Cinema Ambiental da Serra da Estrela volta a trazer à cidade e ao país uma selecção de filmes que reflectem sobre o lugar do homem, da economia e da acção individual nas temáticas de preservação ambiental. Debaixo do tema os quatro elementos, a selecção oficial para as secções de competição internacional propõe 50 filmes que são uma visão para algumas das práticas e vozes que inspiram a mudança por todo o mundo. Da arquitectura sustentável, à economia colaborativa, da desconstrução de rotinas à denúncia de algumas das mais poluidoras indústrias mundiais, são vários os temas que servem de ponto de partida para a reflexão rumo à mudança, razão essencial do festival e do seu compromisso com a sensibilização pela cultura.

 

A abrir o festival, um dos grandes filmes ambientalistas de 2018, “Mentiras Verdes”, de Werner Boote, estreado no Festival Internacional de Cinema de Berlim. Um filme que mapeia as relações entre a economia e a ecologia, que discute e revela os erros de políticas das empresas relativamente aos produtos verdes e promove a necessidade de um consumo e gestão sustentável dos recursos para consumidores.

 

A concurso pelo grande prémio da Competição Internacional de Longas Metragens estarão 10 filmes filmados por todo o globo. Desde o apanhado histórico da herança negativa deixada pela plantação de seringueiras na Amazónia pela Ford Company, fazendo o paralelo para as culturas de sucesso dos nossos dias em Muito Além da Fordlândia, de Marcos Colón, à luta de um homem, Anote Tong (presidente do Kiribati), contra a aniquilação do seu país e da sua cultura em A Arca de Anote, de Matthieu Rytz; passando pelo elogiado Ponto sem Retorno, de Noel Dockstader e Quinn Kanaly, uma viagem em torno do primeiro voo inteiramente alimentado a energia solar. O Negócio do Leite, de Andreas Pichler, desconstrói no grande ecrã a indústria ligada à sua produção de leite, de lobbyistas, a produtores de gado, de NGO’s a cientistas, pondo a descoberto algumas das verdades de um sistema que gera riquezas à custa da sustentabilidade e preservação do ambiente.

(A)Social – 10 dias sem telemóvel, de Lucio Laugelli, reflecte sobre um dos mais presentes vícios da contemporaneidade: o uso do telemóvel e das redes sociais, enquanto que A Utopia Revisitada, de Kurt Langbein, explora modelos alternativos ao sistema capitalista globalizado, através da voz e projectos de quatro empreendedores e ativistas sociais que criaram espaços onde é possível cooperar, compartilhar e preservar a natureza. Histórias inspiradoras as de Didi Contractor – Casando a Terra com a Arquitectura, de Steffi Giaracuni, sobre uma arquitecta de 86 anos que continua a trabalhar diariamente para implementar novas soluções de habitação com menos impacto ambiental, ou As Pequenas Galochas Amarelas, de John Webster, uma mensagem deixada por um avô à sua neta sobre o lugar que cada um de nós ocupa no mundo.

O debate essencial em torno da exploração comercial da água numa Europa a braços com sucessivas crises é assumido aqui por Até à Última Gota – A Guerra Secreta na Europa, de Yorgos Avgeropoulos; enquanto em DRVO – A Árvore, o aclamado novo filme de André Gil Mata, se dissecam as cicatrizes da guerra na Bósnia.

 

A programação nacional e de língua portuguesa, assim como os restantes filmes em competição nas diferentes secções do festival serão anunciados nos próximos meses.

 

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