O ano de 2020 em força… no gnration em Braga

O ano de 2020 começa em Braga com a prata da casa.

Os Mão Morta, enquanto Mão Morta Redux, versão reduzida composta por Adolfo Luxúria Canibal, António Rafael e Miguel Pedro, vão musicar A Casa na Praça Trubnaia, obra-prima do cineasta soviético Boris Barnet, considerado um outsider do cinema mudo.

O filme-concerto resulta de uma encomenda do festival de cinema famalicense Close Up e é apresentado no gnration a 17 de janeiro.

 

A 25 de janeiro, o gnration receberá a reputada artista sonora norueguesa Jana Winderen para um concerto em quadrifonia e uma masterclass. Vencedora de um Golden Nica da ARS Electronica na categoria Digital Musics & Sound Art, Jana Winderen percorre os mais escondidos cantos do planeta para investigar as profundezas da Terra e captar os sons produzidos por criaturas vivas. Spring Bloom in the Marginal Ice Zone é o mais recente capítulo de uma série de trabalhos onde revela os sons da vida debaixo de água e será o mote para a passagem de Winderen por Braga.

 

20 anos depois da estreia a solo, o português The Legendary Tigerman regressa ao palco novamente sozinho. Acompanhado apenas da sua guitarra, um kit de bateria e um kazoo.,“One Man Band Tour” levará Paulo Furtado ao gnration a 14 de fevereiro.

 

O destaque maior do programa é Sasu Ripatti, figura chave na música eletrónica das últimas décadas. Na viragem do milénio, o músico e produtor finlandês editou um conjunto de álbuns, sob diferentes pseudónimos, como Luomo ou Uusitalo, sendo o mais frequente Vlasdislav Delay, que o catapultaram para o culto. Depois da estreia em 2011 com Vladislav Delay Quartet, regressa agora ao ensemble com mais um elemento. Sasu Ripatti (percussão e eletrónica), Lucio Capece (saxofone) e Derek Shirley (contrabaixo) juntam-se a Max Loderbauer (sintetizador Buchla) e Maria Bertel (trombone) para apresentar Vladislav Delay Quintet num espetáculo construído em residência artística. Acontece a 21 de fevereiro.

 

Em 2019 Braga viu nascer o Index, o primeiro evento internacional focado na relação entre Arte e Tecnologia, criado desde a atribuição à cidade do título de Cidade Criativa da UNESCO no domínio das Media Arts. O Index regressará em 2021, mas em 2020 apresentará uma série de sessões intituladas A Construção de um Index. Pensar a relação entre Arte, Ciência e Tecnologia e o papel do Erro no contexto de processos artísticos e tecnológicos é o mote para duas mesas redondas que vão contar com Marcel Weber (artista), Jana Nieder (cientista), João Ribas (curador), Fernando José Pereira (artista e professor), Elie Blanchard (artista), Salomé Lamas (cineasta), Karin Ohlenschläger (curadora) e Miguel Carvalhais (artista e professor).

A 29 de fevereiro.

No mesmo dia, e integrado no evento, o ciclo de performance audiovisual Binário apresenta a performance Membrane, de Push 1 Stop & Wikilow; e Marcel Weber, mais conhecido por MFO, dará a conhecer uma nova instalação audiovisual resultante de residência artística no âmbito do programa Scale Travels, projeto que alia arte e nanotecnologia, desenvolvido em colaboração com o INL – Laboratório Ibérico Internacional da Nanotecnologia. Estará patente para visita até 6 de junho.

Também no programa de instalações e exposições, o artista norte-americano Peter Burr apresenta a exposição Mode Confusion, onde explora o conceito de videojogo para apresentar um trabalho imersivo de um labirinto em constante mutação. Inaugura a 17 de janeiro e estará disponível para visita até 18 de abril.

 

Depois da estreia na Culturgest, o baterista português Gabriel Ferrandini leva agora as suas Volúpias a Braga, num concerto que contará com o pianista e compositor alemão Alexander von Schlippenbach. O encontro servirá também para uma residência artística e uma sessão de gravação em estúdio. A 6 de março.

Dois distintos universos da música eletrónica encontram-se em Braga a 14 de março. O produtor libanês Radwan Ghazi Moumneh apresenta o novo disco de Jerusalem in My Heart, “Daqa’iq Tudaiq”.

Lucrecia Dalt, produtora colombiana, fará a sua segunda passagem por Braga, desta para apresentar o novo disco Anticlines.

A 27 de março, o Trabalho da Casa, ciclo que promove a criação e a apresentação de novos trabalhos por artistas locais, juntará em concerto conjunto duas bandas de diferentes gerações: La Resistance e The Nancy Spungen X.

 

A cantora e compositora argentina Juana Molina (na foto) é a primeira confirmação para o trimestre de abril a junho. Juana Molina iniciou a sua carreira como atriz de comédia. Filha do cantor Horacio Molina, estreou-se nos discos ainda na década de 90, com o álbum Rara (1996). Autora de uma estética sonora muito própria, onde a exploração assume um papel principal, é apontada como uma das fundadoras da “folktrónica”, fusão dos géneros folk e eletrónica. Depois do aclamado Halo em 2017, sétimo disco do seu já longo percurso, Molina editou no final do passado mês de outubro o EP Forfun, em que dá a conhecer um conjunto de versões punk para quatro canções suas.

A última passagem pelo nosso país aconteceu no NOS Alive 2018. Juana Molina atua em Braga a 9 de abril.

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