Miguel Gameiro & Pólo Norte… O Coliseu Porto regressou ao passado

Ontem, dia 17 de fevereiro, alguns minutos após as 21:30, Miguel Gameiro e os Pólo Norte subiram ao palco do Coliseu Porto. Um concerto que nos fez viajar no tempo, que nos transportou até à última década do século XX.

A sala estava composta, público maioritariamente jovem, na casa dos 50 e mais alguns degraus. A entrada em palco foi entusiasticamente aplaudida. Miguel Gameiro começa a cantar e, imediatamente, o tempo volta atrás, aos tempos de “1215”, como o cantor se fartou de referir, por diversas vezes.

Ao longo de todo o espetáculo, o público aderiu e participou em massa, cantou as letras, cantou os refrões sozinho, foi ao palco e participou numa coreografia muito simples, mas que resultou muito bem, repetiu algumas sequências de sons, iluminou o recinto com as lanternas dos telemóveis. Todo o concerto foi muito dinâmico, com um diálogo constante entre Miguel Gameiro e o público, não houve momentos mortos.

 

Os meus destaques vão para o todo, para a globalidade do concerto, mas como é óbvio há, sempre temas que, ou são mais conhecidos, ou que nos tocam mais por alguma razão em especial. Os temas, “Deixa O Mundo Girar”, “Lisboa”, “É Preciso”, “Abraço”, “Aprender A Ser Feliz”, “Dança” e “Se Eu Voltasse Atrás”, foram os que eu mais gostei.

Destaco o momento em que o cantor mostrou uma guitarra oferecida pelo pai há 28 anos atrás e dedica-lhe o tema, “Abraço”, esteja ele onde estiver, ele sabe que o pai o vai receber. No mesmo tema pede ao público para abraçar a pessoa que está ao seu lado, e o próprio abraça todos os elementos dos Pólo Norte. Miguel comoveu-se com a participação do público.

No tema ”Dança”, pede a quem quiser subir ao palco para o fazer, e uma imensidão de pessoas, que não sabia ao que ía, invade-o. Miguel, alinha os voluntários e ensaiam uma coreografia, foi um momento muito bom. A voz de Miguel parece mais cheia, mais potente, com um alcance maior. Destaco, também, toda a interação que o músico consegue alcançar com a assistência, é um grande comunicador.

Concluindo, o tempo passa, já não estamos no tempo da cassete pirata, da rádio como aparelho que era um objeto que era transportado da cozinha para a sala, e da sala para o quarto, palavras de Miguel Gameiro! E realmente a ficha cai, e pensámos quando éramos estudantes e queríamos gravar para a cassete os nossos temas favoritos, e a meio do tema o locutor falava, e o tema ficava estragado! Toca a gravar por cima.

A nossa playlist era condensada num objeto pequeno, retangular e com dois buracos quase nas extremidades, que ouvíamos no carro, e na aparelhagem da sala.

O tempo passou, os elementos da banda, Tiago Oliveira, Pedro Zagalo, Rui Fadigas, Tó Almeida e Rui Carvalho, estão diferentes, fisicamente, estão mais velhos. Miguel Gameiro está mais velho, também fisicamente, mas a energia de todos continua lá, talvez até com mais fome de palco.

E termina um concerto fantástico, que não queremos que chegue ao fim, queremos ficar ali, a saltar, a cantar e a relembrar os bons velhos tempos.

Um excelente concerto, merecia casa cheia.

 

Reportagem: Ana Cristina

Fotografia: Arlindo Homem (concerto de Miguel Gameiro no Casino Estoril)

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