Maria da Fonte regressa a casa

Em contagem decrescente para as celebrações dos 50 anos da Revolução de 25 de Abril de 1974, a opereta Maria Da Fonte vem relembrar os ideais de liberdade, emancipação feminina e de luta.

O Laboratório de Ópera Portuguesa (LOP), depois de sala lotada no CCB, leva agora ao Pavilhão Multiusos de Fafe no dia 6 de Abril, às 16h00, esta moderna opereta Maria da Fonte interpretada por oito solistas, Cátia Moreso, Luís Rodrigues, Marco Alves dos Santos, Inês Simões, Eduarda Melo, Ricardo Panela, João Merino, Tiago Matos e onze actores, António Ignês, Juliana Campos, Rita Carolina Silva, Afonso Abreu, Afonso Lourenço, Guilherme Arabolaza, Miguel Cruz, Ricardo Morgado, Ruben Teixeira, Rui Miguel, Tiago Estremores acompanhados pelo Coro do Teatro Nacional de São Carlos e Orquestra Artave.

A opereta é uma comédia em 3 atos, escrita em português, com uma intriga que envolve a própria personagem Maria da Fonte, o seu amante Ludovino (um agricultor rico) e a sua irmã, Joana, assente em fortes suspeitas de traição; e de uma conspiração entre o administrador local, Vilar, e o abade Cortições, que se subentende ser pai da Maria da Fonte e da Joana, para enviar os rapazes para o exército e combaterem o povo.

No dia seguinte, a 7 de Abril, no Teatro Clube da Póvoa de Lanhoso, pelas 16h00, realiza-se uma conversa sobre Maria da Fonte e a desconstrução do processo criativo desta opereta de natureza cómica e satírica que contou com a Direção musical e edição de partitura do Maestro João Paulo Santos e Libreto moderno e encenação de Ricardo Neves-Neves.

Sobre a recuperação desta Opereta, “Fazemo-lo por nos parecer essencial relembrar a primeira (e única) revolta popular no feminino da nossa História. A sua essencialidade recai sobre a temática da valorização da mulher em prol da igualdade de género, um dos grandes estandartes da revolução dos cravos de 1974.” destaca Jenny Silvestre, diretora do Laboratório de Ópera Portuguesa (LOP).

Sabe-se que o libreto original foi escrito por Batalha Reis, Gervásio Lobato e João Francisco de Eça Leal, no entanto, nada se sabe do seu paradeiro. O encenador Ricardo Neves Neves, foi convidado a elaborar um libreto a partir das partes que constam da versão musical. As maranhas originais não se perderam na recuperação da opereta de escrita por Augusto Machado, estreada no Teatro da Trindade em 1879.

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