Criado de uma forma muito peculiar “Assim tocam os MEUS TAMBORES” é o mais recente trabalho de Marcelo D2 e reúne o consenso de todos: é fruto de um movimento inédito e certamente a obra mais colaborativa dos seus 25 anos de carreira. O rapper decidiu que o seu próximo disco seria feito ao vivo, virtualmente, para todos aqueles que estivessem a acompanhar online. E assim fez. Despiu-se das duas inseguranças e expôs o processo de gravação de um álbum a todos aqueles que quisessem assistir.
Esta obra transmedia foi elaborada durante o período de confinamento no Rio de Janeiro, através da plataforma de livestreaming Twitch. Ao longo de 150 horas Marcelo D2 fez algo que poucos teriam coragem de fazer. O músico chorou e riu em frente a uma audiência que tinha uma média de cinco mil pessoas em simultâneo. Telefonou para amigos e outros artistas, ouviu sugestões para beats e rimas, rompeu habilmente o limiar entre o real e o virtual.
Como um maestro que rege a sua orquestra, ou melhor, como um rapper que domina intimamente a cultura de resistência, ele transportou quem o seguia para dentro da sua mente e permitiu que se acedesse à genialidade efervescente que reside nas suas ideias ao abrir todo o seu processo criativo de maneira transparente e gentil. “Assim tocam os MEUS TAMBORES” é fruto da comunidade estabelecida por D2 em torno deste grande manifesto. Os CRIA, integrantes assíduos e ativos dos chats participaram na escolha de beats, sugeriram participações especiais e até mesmo colaboraram na composição das letras e na gravação de voz. Exemplo de toda esta comunhão é o tema AS SEMENTES, composto por um coro de mais de 100 vozes enviadas através da plataforma.
“Tive um contato com o público que nunca experimentei“, diz Marcelo D2. O músico permitiu ao som do álbum manter a vividez do registro das lives. “Aprendi com os caras do samba. Se cantar 50 vezes, serão 50 versões diferentes. Se tá legal, se a interpretação está boa, vamos nessa.”
