Luís Mestre apresenta Vânia a partir do texto de Tchékov no Teatro Carlos Alberto

Houve outros antecedentes no teatro de Luís Mestre, como Do Precipício Tempestuoso de Ricardo III, onde remisturou Shakespeare, Agora sou Medeia, a partir de Medeia, de Eurípedes, ou A chegada de um comboio à cidade, que tem como ponto de partida Quando nós, os mortos, despertamos, a última peça escrita por Henrik Ibsen, em 1889. Agora, o dramaturgo e encenador recria uma das mais icónicas peças da dramaturgia universal, partindo do matricial O Tio Vânia, de Anton Tchékhov, e passando pelas variações de David Mamet (que Louis Malle filmou em Vanya on 42nd Street) e Howard Barker, que em 1991 escreveu o seu (Tio) Vânia.

 

Neste diálogo aberto com a matéria herdada, Luís Mestre constrói Vânia, um drama íntimo para cinco personagens. Ana Moreira, Ana Sampaio e Maia, Belisa Branças, João Oliveira e Sílvia Santos compõem o elenco que interpreta “Elena, que se quer embriagar com a vida; Serebriakov, um homem que não quer nada com a vida; Sónia, uma jovem que vê a vida refletida; Astrov, que vê a vida a sumir-se; e Vânia, uma mulher que se embriaga com a vida”.

 

Conjugando a realidade social e política do presente com a intemporalidade da obra de Tchékhov, o espetáculo tem como ponto referencial, nas palavras de Luís Mestre, “o longo momento em que o tempo parece congelar, em que encontramos as personagens em perda de si mesmas, assaltadas por emoções e palavras, desprovidas de esperança, num estado de alienação latente face a um destino que se desviou das suas ambições.”

 

Vânia é uma criação do Teatro Nova Europa em coprodução com o Teatro Nacional São João e a Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão. A peça está em cena no Teatro Carlos Alberto entre os dias 1 e 4 de junho, quinta-feira e sábado às 19h00, sexta-feira às 21h00, e domingo às 16h00.

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