“La Traviata” no Coliseu Porto está quase a esgotar

Na noite de 20 de outubro, o Coliseu Porto Ageas e o Teatro Nacional de São Carlos (TNSC) apresentam a ópera “La Traviata”, de Giuseppe Verdi. Após cinco récitas esgotadas em Lisboa, em junho, a parceria entre o Coliseu e o único teatro lírico do país tem, assim, uma importante continuidade no Porto, depois da apresentação de “Turandot”, no final do ano passado.

 

Ópera em 3 atos, com libreto de Francesco Maria Piave (1810 – 1876), “La Traviata” foi composta por Giuseppe Verdi (1813 – 1901) e estreou em Veneza com fraca recepção. No dia seguinte, Verdi escreveu ao seu editor: “La traviata, ontem à noite. Fiasco. Culpa minha ou dos cantores? O tempo julgará.”

O julgamento do tempo fez desta trama sem herói ou vilão uma das mais aclamadas da história. Violetta Valéry, a protagonista central, desafia as convenções sociais do seu tempo, numa história que se distinguiu na época por uma nova forma de heroísmo, um heroísmo privado, cuja resignação e morte será o preço a pagar para salvar a honra de uma família que a exclui e a obriga a afastar-se.

 

Violetta Valéry será interpretada pela soprano Marina Costa-Jackson, que substitui Ekaterina Bakanova na récita no Porto. Filha de pai americano e mãe italiana, Costa-Jackson foi eleita recentemente Melhor Cantora do Ano pelo Austin Critics Table, precisamente pelo papel de Violetta Valéry em “La Traviata”. Em 2016, arrecadou dois prémios no Operália, prestigiado concurso internacional de canto lírico fundado pelo tenor e maestro espanhol Plácido Domingo. Um ano antes, venceu o Metropolitan Opera National Council. “Entre os cinco vencedores, a soprano Marina Costa-Jackson pareceu a mais promissora”, escreveu o jornal The New York Times.

No papel de Alfredo Germont estará o tenor português Luís Gomes, que no início de setembro também conquistou dois prémios Operalia, um na categoria de zarzuela, ao qual somou o prémio do público para melhor voz masculina. O barítono italiano Sergio Vitale substitui o britânico Alan Opie no papel de Giorgio Germont.

 

La Traviata” mantém aqui a sua génese italiana, com direção musical do maestro milanês Michele Gamba e reposição de encenação e desenho de luz de Matteo Mazzoni. A encenação, cenografia e figurinos são da autoria de um dos mais reputados encenadores operáticos do mundo, Pier Luigi Pizzi, que trabalhou com Giorgio Strehler.

 

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