A caminho da décima-segunda edição, o festival açoriano Tremor anuncia hoje mais nove confirmações no alinhamento de propostas para a edição 2025. Música diversa e conectada com o hoje, numa proposta que cruza influências, estilos e geografias. Entre a energia crua e as explorações líricas, a espiritualidade intensa e as toadas eletrónicas densas, expande-se o cenário musical de mais um Tremor.
Keeley Forsyth traduz em música uma narrativa visceral sobre os altos e baixos da vida doméstica e pessoal, oscilando entre devastação e elevação num estilo minimalista que enaltece o poder da sua voz. Utilizando o aparelho vocal como o centro de uma paisagem emocional, Forsyth transporta o ouvinte para uma reflexão profunda sobre a condição humana. Um ethos comum marca o caminho de Clarissa Connelly. Radiante, assustador, hipnotizante, o seu mais recente disco, “World of Work”, traça a paisagem metafísica da alma. Entre o íntimo e o cósmico, Clarissa convida-nos para uma viagem sónica alternadamente silenciosa e arrebatadora. Nos antípodas, a pop infundida de ancestralidade de Kabeaushé. Permeada pelas potencialidades da energia de rave, as batidas distorcidas e os breaks a fazer ricochete, a música do artista queniano é um ato de resistência vibrante e energético.
Regressados após um hiato de cinco anos, os 800 Gondomar fazem de “São Gunão” um passo rumo à maturidade. Garage-punk em expansão por outros cantos do seu espectro musical e letras incisivas a olhar temas como habitação e os dilemas da sociedade digital. Em paralelo, a dupla escocesa comfort desafia outros limites do som, trazendo ao seu trabalho uma mistura de punk, noise e música industrial. Com letras que clamam por liberdade e resistência queer numa sociedade restritiva, os comfort exploram a vulnerabilidade e o confronto como veículos de transformação.
A artista turca radicada no Porto, Ece Canlı, mergulha num universo cinematográfico em “S A C R O S U N”, o seu mais recente disco. Através de técnicas vocais expandidas, Canlı oferece uma série de meditações sonoras que tocam o intangível e o desconhecido. É também nos mundos do mistério que encontramos o trabalho dos The Zenmenn. Este enigmático coletivo cria em Enter The Zenmenn uma fusão sonora que reúne influências orientais e ocidentais, oferecendo uma espécie de banda sonora contemplativa e harmoniosa para um mundo mais conectado e pacífico.
No campo das residências artísticas, o festival juntará o músico e produtor Ari You Ok à bailarina Débora N’Jiokou aka Deby, para um espetáculo onde se cruzarão diferentes espectros do hip hop. Nascido em Portugal e criado em Cabo Verde, Ari iniciou-se cedo na música, experimentando beatbox e percussão. Desde 2012, explora o Fruity Loops Studio para combinar influências culturais ancestrais e digitais, criando uma fusão sonora que se expressa ao vivo com loopstation e percussão. Débora N’Jiokou aka Deby é uma bailarina francesa, especializada em hip hop e house. A estreia em palco deste encontro entre os dois artistas acontecerá no Tremor, numa colaboração com o coletivo Lingua Franca, que desenvolverá uma residência artística com os artistas no Museu do Tabaco, na freguesia da Maia, concelho da Ribeira Grande.
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