A nova criação de João Fiadeiro vai buscar o título do livro para crianças do designer italiano Bruno Munari. Nesta obra, Munari constata que a perceção está intimamente ligada ao contexto e à relação, bastando uma pequena mudança na perspetiva ou escala para uma linha se transformar numa estrada, uma poeira num planeta, uma pedra numa ilha.
Partindo deste princípio e de jogos de perceção apresentados no livro, João Fiadeiro cria uma dramaturgia coreográfica, onde ao longe, aquilo que os performers dizem e fazem, aparenta ter sentido. Mas à medida que o tempo avança, percebemos que eles não se dirigem para lado nenhum e que não representam nada mais para além das suas presenças. Eles deslocam-se e dirigem-se para algum lugar. Mas o lugar para onde vão é aquele de onde nunca saíram. Um lugar onde o tempo está, ao mesmo tempo, suspenso e em expansão. Um lugar onde o fim e princípio se confundem, o dentro e o fora se invertem e o centro e a periferia se misturam.
Conceito e Direcção: João Fiadeiro
Co-direção: Carolina Campos
Performers e co-criadores: Adaline Anobile, Carolina Campos, Iván Haidar, Julián Pacomio e Nuno Lucas
Conceção Visual: Nadia Lauro
Espaço Sonoro: Jonathan Saldanha
Desenho de Luz e Direcção Técnica: Leticia Skrycky
Dramaturgia: Leonardo Mouramateus
Coprodução: Alkantara /Teatro D. Maria II (Lisboa), Festival DDD (Porto, Matosinhos e Gaia), Teatro Viriato (Viseu), Teatro Avenida (Castelo Branco), Centre National de la Danse (Paris)
Produção Executiva: RE.AL
Teatro Viriato (Viseu)
19 de Maio 2018 | 21.30h