Joana Craveiro, Jorge Gonçalves e ̶M̶i̶g̶u̶e̶l̶ Bonneville apresentam performances no 7.º Family Film Project

De 15 a 20 de outubro, o Family Film Project – Festival Internacional de Cinema de Arquivo, Memória e Etnografia regressa para a 7.ª edição. No âmbito do festival, o Maus Hábitos recebe na terça-feira, 16 de outubro, às 21:30, o ciclo de performances Private Collection com espetáculos de Joana Craveiro, Jorge Gonçalves e  ̶M̶i̶g̶u̶e̶l̶ Bonneville.

 

Em Private Collection, os artistas são desafiados a explorar performativamente a partir de materiais de arquivo, pessoais ou não, ou de problematizações da memória. O objetivo principal é apresentar propostas performativas nas suas valências expandidas (interdisciplinares, deslocações espaciais, deslocações temáticas).

Ao mesmo tempo que se problematizam intimidades e familiaridades, projetam-se possibilidades criativas que atravessam disciplinas e fronteiras, reforçando, dentro do evento-festival, a linha fina entre o real e o performativo.

 

Joana Craveiro apresenta Silêncios Persistentes, uma performance sobre tudo o que fica por dizer numa conversa, sobre a deterioração das imagens, sobre aquilo que as imagens não contam e aquilo que irremediavelmente se perde com os que morrem sem nós os termos questionado. E sobre os segredos das famílias. E sobre essa vontade, sempre tão grande, de reconstituir o que não é reconstituível.

 

A Domesticidade de um Rinoceronte e a Imaterialidade em Mãos, de Jorge Gonçalves, é uma investigação da performatividade das mãos nos modos como apreendem o mundo e como o mundo as apreende. Desde a gestualidade ao funcionalismo, as mãos imbuem-se em frases performativas nas mais diversas narrativas, do íntimo ao público, do tateante ao imaginário, indiciando diferentes coreografias de relações com objetos e espaços fictícios, espetadores e abstrações. Através de processos de assemblagem e colagem, a performance propõe uma coreografia de relações visuais e verbais em que o performer orquestra, entre si e o público, as coordenadas gestuais e deícticas que revelam a mecanicidade de como os diferentes espaços e temporalidades são revelados através e pelas mãos.

 

Por sua vez,  ̶M̶i̶g̶u̶e̶l̶ Bonneville apresenta Futuro Suicida. Em Family Project (2007-2009) o artista já tinha criado diversas obras em torno da ideia de família, expondo as suas origens, o seu contexto e as marcas permanentes dos traumas de infância – a família como essência do mal. Com Futuro Suicida regressa a uma análise incisiva que atravessa o tempo: o adulto de hoje propõe-se a matar a criança que o projetou precisamente para esse fim, deixando espaço para criar a verdadeira infância – a infância do futuro.

 

O Family Film Project é organizado pelo Balleteatro, estrutura residente no Coliseu do Porto Ageas e financiada pelo Governo de Portugal e a DGArtes, com coprodução da Câmara Municipal do Porto.

A entrada é gratuita

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