“Inocente Indecente”… último álbum do George Silver

Já está disponível o último disco do George Silver, “Inocente Indecente”, apresentado na ADAO, no passado sábado 14 de Maio.

O álbum “Inocente Indecente” conta com uma edição física em vinil, disponível a partir de 31 de Maio através do Bandcamp, ou de algumas lojas de discos por todo o país.

Sobre este trabalho ficam aqui algumas palavras de Rui Pedro Dâmaso

O novo disco de George Silver (aka André Neves) é um exercício dialético em torno do impulso e da forma; uma tentativa de canalizar o fluxo que precede a linguagem e de parar, ouvir, e voltar atrás sob o compromisso de não o comprometer. Uma conversa de si para sobre criar com a consciência de que já tudo parece ter sido criado, sem que se perca o espanto da revelação.

A dezena de temas do disco (composto e gravado ao longo de 2021 e ao abrigo da Bolsa de Criação da associação OUT.RA) atravessa territórios de contemplação beatífica transcultural (como em “Jardim”, meditação de encontro entre Brasil, África Ocidental e o Sudoeste Asiático), de electrónica chill para um sunset inquieto (“Insultório” ou “Pessoas são ilhas”) ou de synthpunk (em “Bom petisco” imaginamos, como se ouvida do outro lado do rio, uma colaboração entre os Suicide e os Scúru Fitchádu), para acabar placidamente numa esplanada parisiense não-necessariamente deste século (“Última rodada”).

Entre motivos transversais que remetem em permanência para a música de um fourth world que são todas as civilizações e nenhuma em particular, revela-se o ser-no-mundo de Silver – em todas as partes e em todas as épocas onde se imagine a sua música, no interior do fluxo que lhe precede a linguagem, sabe-se de tudo mas sabe-se nada.

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