História(s) do Teatro II em estreia no Alkantara Festival

O bailarino e coreógrafo Faustin Linyekula regressa a Lisboa para a estreia nacional da peça História(s) do Teatro II, no âmbito do Alkantara Festival.

Nos dias 13 e 14 de novembro, às 21:00 e às 19:00, respetivamente, a Culturgest recebe o espetáculo que viaja até ao início da nação congolesa no período dos anos 70, na companhia de três membros originais do Ballet National du Zaïre.

 

Faustin Linyekula tem mantido uma relação com a cidade de Lisboa desde que se estreou em 2003, apresentando ao longo dos anos vários projetos. Em 2014, trouxe o seu espetáculo Le Cargo, no âmbito do festival Alkantara. Em 2016, foi destacado na bienal Artista na Cidade tendo apresentado em diversos espaços de Lisboa cinco espetáculos, um documentário e uma conferência.

 

Enquanto festival internacional de dança, teatro e performance, o Alkantara procura dar palco a projetos com novos formatos que cruzem diferentes práticas artísticas. É nesta perspetiva que o festival convida Faustin Linyekula a marcar o seu arranque com a peça História(s) do Teatro II.

 

O espetáculo remete para o período de descolonização em vários países africanos, que se fez acompanhar de um forte desejo de procura da sua identidade. Apesar dessa vontade, as influências europeias permaneceram evidentes em alguns países, por exemplo, através das suas práticas culturais. É neste processo de busca pela identidade e seguindo os passos da Guiné Bissau e do Senegal, que o ditador Mobutu cria a primeira companhia de bailado nacional, em 1974, o Ballet National du Zaire que, por ser o único do país agregava todas as danças e músicas do país.

 

Faustin Linyekula nasceu no antigo Zaire, atual República Democrática do Congo, em 1974. O bailarino e coreógrafo evoca neste espetáculo a memória do seu primeiro contacto com o teatro através da transmissão televisiva da primeira peça da Ballet National du Zaïre. A Companhia que de algum modo simbolizava a liberdade após um período de colonização, veio a funcionar como uma ferramenta de propaganda política.

 

História(s) do Teatro II convida o público a viajar ao início da nação congolesa e a testemunhar a busca de identidade e o desejo de libertação do período de colonização.

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