Hang Em High… Tres Testosterones no Ciclo “Isto é Jazz?”

O que este trio transnacional (os seus membros provêm da Suíça, da Áustria e da Polónia) apresenta tem sido designado como power jazz e jazzcore, mas estes rótulos não indicam tudo o que está em questão – uma esquizoide assemblagem de free jazz melódico com punk, ambientalismo eletrónico, uma dose q.b. de música de cowboys e algum, vago, rock progressivo. Entre as muitas referências, uma é bem evidente e assumida, refletindo-se no uso por Bond (assim simplesmente, sem James ou outro nome antes do apelido) de uma guitarra baixo de duas cordas: a banda Morphine.

As diferenças começam depois, com a opção totalmente instrumental, o muito processamento utilizado por Bond, a presença dos dois mais graves clarinetes, o baixo e o contrabaixo (Lucien Dubuis) em vez do morphiniano saxofone barítono e uma bateria (Alfred Vogel) composta sobretudo por objetos recuperados do ferro-velho. De tudo isto resulta uma música crua, espontânea, intensa e de tonalidade escura, “quente como ferro derretido mas cool como Clint Eastwood”, para citar o que a crítica já disse sobre estes Hang Em High.

Culturgest (Lisboa)

17 de Março 2018 | 21.30h

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