Para a 2ª edição do Festival Ponte D’Lima, surgem mais quatro projetos que reforçam a aposta da organização na divulgação da música portuguesa e sua proximidade com os públicos do Norte do país. Ana Lua Caiano, Conjunto Corona, Gator, The Alligator e Glockenwise juntam-se ao cartaz.
Ana Lua Caiano explora a fusão musical, através da junção da música tradicional portuguesa com música eletrónica. Cria melodias que remetem para a tradição – fazendo uso de coros, harmonias e cânones – numa união com sintetizadores, beat-machines e sons retirados do quotidiano, actuando num formato “one woman show”. Considerada “artista revelação” com os seus dois EPs “Cheguei tarde a ontem” e “Se dançar é só depois”, apresentados ao vivo em várias dezenas de palcos nacionais e internacionais, apresenta agora o seu primeiro longa-duração “Vou ficar neste quadrado” e leva-o a Ponte de Lima neste verão.
Todos os álbuns do Conjunto Corona têm uma narrativa associada que corresponde a um capítulo na vida de uma persona fictícia criada pela banda: o “Corona”. A narrativa começou com “Lo Fi Hipster Sheat” e “Lo Fi Hipster Trip”, seguiu com os álbuns “Cimo de Vila Velvet Cantina”, “Santa Rita Lifestyle” e “G de Gandim” e continua em “ESTILVS MISTICVS“, o mais recente álbum, editado em 2023. Na sua génese, um dos objetivos deste projeto sempre foi criar músicas com letras e refrões orelhudos, permitindo que, ao vivo, exista uma maior comunhão com o público, em ambiente de festa.
Sem nunca deixar descansar o corpo, os ritmos vibrantes continuam a espalhar-se pela vila mais antiga de Portugal com Gator, The Alligator que regressam aos palcos para trazer uma viagem alucinante pela sua trilogia de álbuns. As aventuras do Gator voltam a soltar descargas elétricas com performances energéticas e raivosas que fazem a ponte entre álbuns e histórias que têm vindo a criar desde 2017.
Num cartaz que integra alguns dos projetos mais destacados da música independente em Portugal, não poderiam faltar os Glockenwise.
Formaram-se na margem estética, forjados na energia inconformista do punk, sempre pontuados por uma característica melancolia que serviu de fio condutor até à identidade sonora presente, e que os tem vindo a demarcar de classificações mais evidentes. Gótico Português é, se não um regresso, um olhar apreciativo da margem e um disco que tem sido largamente distinguido e elogiado pela crítica.