Março tem à vista um programa de espetáculos e oficinas de férias para os mais novos aprenderem a perceber o mundo através de cantos, cantigas, canções, da poética da ciência, da expressão plástica, das tradições, tudo acompanhado de uma dose gigante de criatividade. A equipa de Educação e Mediação Cultural d’ A Oficina convida as famílias a viajarem em torno do universo infantil, que é também de todos nós, com os espetáculos “O Mundo ao Colo” e “Costurar Cantigas e Histórias” e as oficinas de férias “Animalium – A Ciência-Poética!” e “Cantas Bem Não Cantas Mal, Gargantinha de Marfim”.
No dia 24 de março, às 11h00, na Sala de Ensaios do CCVF, os criadores e intérpretes Catarina Moura e Luís Pedro Madeira apresentam o mundo a bebés e crianças (entre os 3 meses e os 5 anos) através do seu espetáculo “O Mundo ao Colo”. A dupla criativa refere a uma só voz que “Não é com palavras que se aprende a perceber o mundo, naqueles tempos primeiros em que ainda somos bicho e já nos tratam como gente. É com cantos, os de embalo antes dos outros, toada mansa de que as palavras precisam para se fazerem entender. Porque os cantos chegam sempre antes das palavras. Se eu quisesse cantava-vos só os sons e, mesmo assim, vazios de dizeres, haviam de perceber-me dizer ternura nas línguas todas do mundo, esse pano de quietude primeira, em que se hão-de escrever os sentimentos todos dos humanos, do amor ao ódio, do júbilo ao pranto. Mas isso será depois, já que de início são as canções de embalar, de ninar, lullabys, berceuses, kolybelnayas, canciones de cuna. Virão então as outras, as de roda, lenga-lengas, faz-de-conta, jogos de palavras e de viveres – mapas das vidas de gente e, neste Mundo que trago ao Colo, dos cantos deste planeta.”.
A mesma dupla de artistas traz ao Pequeno Auditório do CCVF no dia 24 de março outro espetáculo repleto de música e cantigas, pensado para maiores de 3 anos. “Costurar Cantigas e Histórias” são cantigas como pedacinhos de tecido, cosidas umas às outras como se fossem dias e noites. Ou como se fossem vidas. Cantigas são, mas são também adivinhas, provérbios, trava-línguas e dizeres, que são daqui e dali, de agora e de há tanto tempo… Memórias de gente antiga. “Costurar Cantigas e Histórias” é feito de músicas de embalar e músicas de brincadeira, músicas em mirandês e músicas sefarditas, histórias e lengalengas. Uma experiência de sons, palavras, gestos, imagens e silêncios, através da qual se recupera e partilha o património imaterial tradicional português. “Costurar Cantigas e Histórias” é um espetáculo integrado no ANTE Pé – Componente Artística das Atividades de Animação e Apoio à Família, havendo, por isso, sessões nos dias 26, 27, 28 e 29 março reservadas ao Ensino Pré-Escolar do concelho de Guimarães.
O final do mês de março e o início de abril são preenchidos pelas Oficinas de Férias da Páscoa que ocuparão o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) e a Casa da Memória de Guimarães (CDMG). De 26 a 29 de março, entre as 09h00 e as 18h00, a equipa de Educação e Mediação Cultural d’ A Oficina promove no CIAJG uma oficina de criação artística de poesia e expressão artística para jovens dos 6 aos 15 anos, a cargo de Marina Palácio. Intitulada “Animalium – A Ciência-Poética!”, esta é uma visita sensível e performativa pelo Tempo, desde o livro Animalium – Museu de História Natural até ao presente e ao futuro da humanidade, para poetas-curiosos. É uma viagem pela árvore da vida, ao longo da qual cada animal é um ponto de partida para a exploração poética da ciência, transportando os participantes para outros territórios/habitats e despertando para novos pensamentos e criatividades sobre a biodiversidade e sustentabilidade da Terra. Nesta oficina, em formato de performance/conferência, cada participante experimenta/cria um Museu real e imaginário, um princípio de Coleção de Maravilhas. Aqui convidam-se poetas da curiosidade para gerar diversas leituras da realidade.
Na semana seguinte, de 3 a 6 de abril, também entre as 09h00 e as 18h00, desta vez na Casa da Memória de Guimarães, surge uma nova oficina de criação artística dirigida à mesma faixa etária, focada no canto tradicional e monitorizada por Sara Vidal – “Cantas Bem Não Cantas Mal, Gargantinha de Marfim”. Aqui, o objetivo é: cantar! Como se cantava nos campos, os ‘grandes’ primeiro, e logo as crianças aprendendo a ser dali – das searas, calhando ser terra de pão, das vinhas, sendo o tempo da vindima, do olival nessas terras da azeitona. Às vezes dançava-se, em fugindo as pernas para o baile. Depois vieram as vidas modernas e a gente esqueceu-se de cantar. E de dançar se esqueceu.
As atividades repartem-se entre o Centro Cultural Vila Flor (CCVF), o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) e a Casa da Memória de Guimarães (CDMG).