“Do Mesmo Cordão” é o novo tema dos Retimbrar

O ano de 2024 traz aos Retimbrar, formação renovada e a promessa de agarrar novas criações. Apuram-se as palavras, os timbres, os arranjos e desvendam-se pistas para o que há de ser um novo disco, mais de um ano após o lançamento do seu segundo álbum, Levantar do Chão.

Os 8 músicos voltam à estrada, estão à escuta e dão o salto, a bordo daquilo que são os sonhos, desafios e inquietações de uma humanidade veloz e voraz.             

E é de inquietações que nasce uma primeira canção, “Do Mesmo Cordão”, composta e escrita por mulheres, numa colaboração desenvolvida com as Suspiro – coro jovem do Orfeão de Ovar composto por 19 mulheres entre os 14 e os 21 anos.

Um desabafo feito canção que, a 8 de Março, irrompe a várias vozes com o desejo de soltar amarras e exprimir o interior de uma mulher em chamas que assiste à expansão de um universo feminino que é seu, debaixo de constantes adaptações: com lutas para apaziguar e sonhos por concretizar. Lutas que são de todes, que dependem de um compromisso e que não se esgotam num dia.

A obra foi “desenhada” no terreno, segundo a visão de Adriana Romero, a realizadora que assina o trabalho videográfico e que traz para a luz do dia a atmosfera noturna da música, entre caniçais e pântanos do Lugar da Moita, em Ovar, que vão do Rio Cáster à Laguna de Aveiro. Assiste-se ao debate de mulheres consigo mesmas que se repercutem em acções coletivas e, vice-versa.  Mulheres que entre a intimidade de uma confidência e a urgência de falar, arrastam consigo a comunidade de que juntas são capazes.

De uma natureza que se impõe emergem figuras escultóricas que lembram a contraditória relação com representações antigas que o tempo se encarrega de desconstruir. E da relação entre a imaterialidade e o concreto, nasce o que a própria natureza humana trata de descodificar, projetando sonhos que encerram a trama com um baile imaginário.

E é para o baile que nos levam os próximos passos do coletivo com o seu regresso aos palcos a partir de 16 Março.

Celebram-se os cravos com a promessa de revisitar pérolas escondidas de compositores como José Afonso e Carlos Paredes e convidam-se os demais para o baile como quem faz uma revolução e lhe dá um nome – TugaBeat – um movimento vivo e audaz, ancorado nas tradições musicais portuguesas.

16 Março – “Cultura em Expansão”, Associação de Moradores do Bairro Social da Pasteleira, Porto

20 de Abril – Centro Interpretativo do Monte Padrão, Santo Tirso

25 Abril – “50 Anos do 25 de Abril”, Grande Auditório do Fórum da Maia

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