Cuca Roseta apresenta ao vivo o novo Álbum “Luz”

Cuca Roseta continua a apresentar ao vivo o novo álbum “Luz”, editado no passado mês de Novembro. Nos próximos meses de Março e Abril, a cantora e intérprete apresentará ao vivo alguns dos temas do seu mais recente trabalho, no CCB (Lisboa) a 9 de Março, na Casa da Música (Porto) a 17 de Março, nas Festas de S. José (Santarém) a 18 de Março, no Convento de São Francisco (Coimbra) a 29 de Março, e agora também nas Festas de Nossa Sr.ª da Boa Viagem (Constância) a 2 de Abril e no Centro de Congressos do Arade (Lagoa) a 28 de Abril. Estes espectáculos juntam-se assim a vários outros concertos nos próximos meses, em algumas das salas mais emblemáticas do país e que preenchem a agenda da artista para 2018, com cada vez mais datas nacionais e internacionais.

Depois de dois anos repletos de concertos, Cuca Roseta reafirma o seu sucesso e traz-nos para 2018, um novo espectáculo surpreendente, repleto de emoção, onde mais uma vez surpreenderá e encantará todo o seu público.

A cantora e compositora Cuca Roseta lançou entretanto o novo vídeo de “Balelas”, o single de apresentação do novo álbum “Luz”, editado no passado mês de Novembro. Também já se encontra disponível o vídeo para o tema “Triste Sina

Diz a sabedoria popular que a verdade do fado está nos tradicionais e que naquele conjunto de quase 200 melodias passadas de boca em boca se pode viver a vida toda. Mas é natural que cada vida, para ser cantada em toda a sua integridade, precise de um vocabulário e de um código próprios. Sem menosprezo por esse imenso património tradicional, cuja riqueza e vitalidade nem à UNESCO escapou, Cuca Roseta vem reivindicando desde há muito um fado pessoal, feito à sua medida, não se entregando apenas nas mãos de terceiros mas propondo também as suas autorias, aplicando-lhe uma marca verdadeira e única. Um fado, por assim dizer, pessoal, intransmissível e reconhecível num par de segundos.

Não há na escolha deste caminho a mais ínfima arrogância. Mas há certamente a afirmação de uma mulher que não pede desculpa nem pede autorização para reclamar o direito a fazer as suas escolhas. O trajecto de Cuca Roseta tem sido feito, aliás, de pequenas ousadias que, ao invés de a colocarem no trilho mais habitual, confortável e seguro de cantar um repertório indistinto e pouco personalizado, assemelhou-se desde a primeira hora a um processo de descoberta individual. Desde logo, com a produção de um argentino oscarizado, Gustavo Santaolalla (premiado pelas bandas sonoras O Segredo de Brokeback Mountain e Babel), no seu homónimo álbum de estreia em 2011, mas pouco depois expandindo o seu universo com Raiz (2013), em que se assumia como compositora e letrista da maior parte dos temas.

Esse tem sido o caminho de revelação de Cuca Roseta – que o tem percorrido descobrindo-se e revelando-se plenamente, como intérprete, autora, compositora, letrista, mulher inteira no fado. E sempre disposta a buscar-se a cada novo disco, a cada nova oportunidade de se mostrar a um público que cedo se lhe rendeu, desde que a escutou, preciosa, a dar voz a “Novo Fado da Severa (Rua do Capelão)”, magnífico fado amaliano, no filme Fados (2007), do espanhol Carlos Saura. Do Brasil, e não de Espanha, viria em seguida o enquadramento do seu terceiro álbum. Riû, produzido por Nelson Motta – compositor e jornalista que foi o grande responsável pelo lançamento da carreira de Marisa Monte e foi um colaborador próximo de Elis Regina –, significava uma vez mais alguém que, chegado de fora, se enamorava perdidamente pela voz de Cuca.

Motta, que não aceitara produzir nenhum outro disco ao longo da década anterior, deixou-se seduzir pelo fado particular de Cuca Roseta e propôs-se dar-lhe mundo. Para Cuca, Riû era um momento especial de namoro com o Brasil, juntando autorias e convidados tão diferentes quanto Ivan Lins, Jorge Drexler, Bryan Adams, Djavan, Sara Tavares ou Jorge Palma. Mas não apagava o seu passado recente e também a cantora assinava várias letras e duas composições.

Tudo isto para chegarmos aqui, para chegarmos a Luz. O título não engana e a capa também não. A “luzinha” de que Cuca fala em “Cara Carinha” pode ser lida facilmente como uma alusão à candeia que ilumina o seu caminho, a uma luz interior que lhe traz o conforto e a segurança suficientes para fazer deste álbum um novo momento de revelação para Cuca Roseta, aquele que mais longe vai na definição daquele que é o seu fado. E que a própria cantora troca por palavras em “Versos Contados”: “Fado sabe a sentimento / Fado sente a sabedoria / Fado nasce no momento / Fado é novo a cada dia”.

O certo é que na companhia das guitarras portuguesas de Mário Pacheco e Ângelo Freire, da guitarra clássica de Pedro Joia, do baixo de Marino de Freitas, do acordeão de João Barradas ou da viola de fado e produção de Diogo Clemente, Cuca Roseta reclama de uma forma segura e irresistível um lugar especial para a sua música. Não se confunde com nenhuma outra, vive de uma serenidade a todos os níveis sedutora e tão deslumbrante que, como canta em “Até ao Amanhecer”, “podia a vida ficar parada aqui”. E podia mesmo, neste momento de felicidade de que apetece não sair. Tal como nós podíamos também ficar para sempre parados aqui, dentro deste disco, dentro destas canções, a deixarmo-nos invadir pelo calor desta Luz que dá sentido aos dias.

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