Come on… Let’s take a RIDE…

Os trocadihos até podem ser muito, mas a musíca da banda liderada por Mark Gardener e Andy Bell essa é única. Os RIDE fazem parte da história da música, sobretudo daquela que continua a chegar das ilhas britânicas, não com a importância do longínquo ano de 1988 mas sempre com o carisma que lhe é atribuído.

Para muitos a longevidade dos RIDE pode ser um verdadeiro case-study, de facto por terem surgido no meio académico em Oxford essa analise talvez seja mais abrangente… mas será mesmo?
Seria em 1990 que os RIDE apresentavam “Nowhere”. Para muitos na altura era mais uma banda pos punk, para outros o inicio de um novo ciclo que teria os RIDE como embriões. Nos anos 90 a britpop reinava com nomes que iam desde os Blur até Oasis, Ocean Colour Scene até aos metódicos Manic Street Peachers, sem esquecer o lado mais selvagem dos Ash ou Super Fury Animals.

Em 2020 os RIDE regressaram a Portugal, desta vez em nome próprio depois de uma passagem por um dos festivais que proliferam por cá.
Uma oportunidade única para encontrar as canções que ao longo de 30 anos cultivaram os fãs, mas também para dar a conhecer a evolução da banda com “This is not a safe Place” (dizem eles), o mais recente e o segundo editado neste que é a segunda vida do projecto de (vida) de Mark Gardener e Andy Bell. Dizem muitos fãs que as obras dos anos 90 são a verdadeira essência da banda, mas as canções do mais recente disco e do seu antecessor, “Weather Diaries”, encontram igualmente um lugar especial para quem esteve com a atenção que a banda britanica mereceu ao longo do concerto no Hard Club.

Seria ao som do novo disco que os quatro rapazes, agora adultos, iniciavam a sua descarga melódica no Hard Club. Seria efectivamente o novo disco a marcar o alinhamento do concerto com os temas “Jump Jet”, “Future Love”, “Shadows Behind the Sun”, ”End Game”, “15 Mins” ou “In this Room”, já no encore, mas não faltou “Taste” ou “Vapour Trail” de 1991, ou o memorável “Leave Them all Behind” de 1992.

 

Apesar das variações e da evolução, a essência e o corpo das canções dos RIDE esteve em palco no Hard Club. Os verdadeiros apreciadores das canções da banda não arredaram pé e a envolvência com o ambiente underground vivido na noite de terça feira nunca esteve ausente.

Um dos concertos para arquivar na lista dos grandes do ano de 2020 e uma oportunidade única de ver ao vivo uma banda de 4 miúdos universitários que se tornou adulta e cresceu, tal como o público que marcou presença no Hard Club.

Diria mesmo…  “Come on… Let’s take a RIDE…” 

Fotografias e Reportagem: Paulo Homem de Melo

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