Comboio do Westway LAB a caminho de Guimarães

A partir desta quarta-feira, 11 de abril, e até sábado, dia 14, Guimarães recebe uma carruagem carregada de criações musicais, inovação e criatividade em dose ilimitada. A Portugal juntam-se, na 5ª edição do Westway LAB Festival, a Áustria, França, Hungria, Eslovénia, Letónia e ainda Japão e Estados Unidos da América. Na maior e mais ambiciosa edição do Westway LAB, o festival cresce tanto em amplitude geográfica como em número e diversidade de atividades. Haverá um país convidado (Áustria), novos palcos, mais áreas temáticas nas conferências PRO (Westway PRO, WHY Portugal, INES), um projeto de criação, city showcases, residências artísticas, talks e muitos concertos. 28 no total. Ao longo de 4 dias, promove-se um encontro surpreendente de público, artistas e figuras de relevo da indústria musical nacional e internacional em diversos locais carismáticos da cidade, com o Centro Cultural Vila Flor como coração do evento. A maioria dos concertos é de fruição gratuita e existem passes disponíveis para assistir aos restantes.

Com o Centro Cultural Vila Flor (CCVF) como base de operações, o festival irá contaminar vários locais da cidade, como o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), o Paço dos Duques de Bragança e seis espaços comerciais que se associaram ao evento. A estes espaços junta-se ainda o Centro de Criação de Candoso (CCC), onde tudo se inicia cerca de uma semana antes do contacto com o público. Desde o passado dia 02 de abril e até dia 10, este espaço (CCC) dedicado à criação é vivido pelos Cari Cari, O Gajo, Ana, Perkins Sisters (Sparky In The Clouds), Vita, :papercutz, Laure Briard e Mister Roland, artistas de diversas nacionalidades e experiências culturais que pisam o palco do Café Concerto do CCVF nos dias 11 e 12, às 21h45, para revelar, em showcases surpreendentes e irrepetíveis, o trabalho desenvolvido nesta intensa estadia em Candoso. Estas duas noites encerram com atuações dos Dope Calypso, banda de enorme vitalidade proveniente de Budapeste, e de Bowrain, compositor, pianista e produtor esloveno que traz calma aos dias agitados, traz paz aos tempos de caos, traz serenidade à angústia que nos consome.

O dia 13 de abril conduz-nos por novos palcos do festival, com concertos que preenchem a tarde e a noite vimaranenses. Às 17h00, a Black Box do CIAJG dá lugar ao WHY Portugal Stage: a Associação WHY Portugal, cumprindo com a sua missão de fomento de internacionalização da música portuguesa, apresenta 4 projetos portugueses – Moonshiners, Isaura, OMIRI e Stereossauro – aos profissionais estrangeiros no Westway. A noite é dedicada à Áustria, país convidado, em foco nesta edição do festival. Às 20h00, o Paço dos Duques de Bragança serve de magnífico cenário para a Austrian Reception, um momento de networking com a presença de representantes da indústria, media e artistas daquele país. Esta ligação ocorrerá também em sentido inverso, com Portugal a ser o país em destaque no Waves Vienna 2018.

Às 21h45, o Café Concerto do CCVF recebe Cari Cari, duo austríaco composto pela envolvente e misteriosa multinstrumentista Stephanie Widmer e pelo carismático baixista Alexander Köck (também envolvidos nas residências artísticas). Às 22h30, o caminho da música leva-nos até ao palco do Grande Auditório do CCVF, para ouvirmos AVEC que, com voz e alma delicada, se afirma como uma estrela austríaca em ascensão.

Pelo meio dos concertos dedicados ao país convidado, às 23h15 o Pequeno Auditório do CCVF recebe um projeto de criação comissariado pelo Westway LAB. Desenvolvido por músicos portugueses, Lobos de Barro é o encontro singular de Valter Lobo com André Barros, cujo resultado será revelado neste concerto, com direito a edição e circulação futura.

A Áustria regressa ao palco do Grande Auditório do CCVF, pela meia-noite, com Molly – uma banda que tem a capacidade de atingir o nervo do tempo e deixar o público extasiado, tantas são as camadas com que revestem a sua música – e termina no Café Concerto com MOTSA. Em tournée pela Europa, o músico chega agora ao Westway LAB.

Com a propagação da música a atingir amplitudes geográficas (e de estilo) cada vez maiores, o festival chega ao seu último dia com 13 concertos ainda no bolso. São 8 os City Showcases que irão converter a cidade num grande palco internacional, tomado por artistas e público, que se interligam pela magia da música. Gobi Bear, Daily Misconceptions, Joana Guerra, Time For T, Elizabete Balcus, Nery, Vita and The Woolf e Mathilda atuarão entre as 15h00 e as 18h30 no Convívio Associação Cultural, no CAAA (Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura), no All Guimarães e no Bar da Ramada. Esta iniciativa reafirma a abertura, inclusão e participação no evento de cada vez mais artistas, público e outros intervenientes culturais na cidade.

Na última noite do festival, a música alastra-se por todas as salas do CCVF numa grande celebração. Às 21h45, o Pequeno Auditório recebe os portugueses Dear Telephone, que trarão com eles as músicas do último trabalho, “Cut”. Chegadas as 22h30, é tempo de dar o palco do Grande Auditório aos Leyya, duo austríaco de eletrónica pop, de quem se espera um concerto cativante com músicas que, sem perderem profundidade, são impossíveis de deixar os corpos inertes. Às 23h15, são os Toulouse que assumem as rédeas, desta vez no Café Concerto. A tocarem em casa, deixarão marca no festival com um concerto cheio de força e energia ao som das músicas de “Yuhng”, o seu primeiro álbum.

O penúltimo concerto deste Westway LAB chega na hora certa (00h00) com Manel Cruz a aterrar no palco do Grande Auditório do CCVF. Se lhe é atribuído o cunho de ser um dos mais naturais contadores de estórias, também detém a patente de fazer das tripas coração desde o início da sua carreira, já desde os tempos de Ornatos Violeta. Foram várias as paragens que se foi obrigando a fazer para assentar os pés e calcar a terra. Pluto, Super Nada, Foge Foge Bandido e Estação de Serviço foram alguns dos projetos em que nos foi mostrando recortes, vozes e memórias da viagem. Não é certo qual será a próxima estação em que Manel Cruz sairá.

O festival acaba em clima de festa, no Café Concerto do CCVF, com o japonês Stereociti, nome incontornável do universo eletrónico, amplamente aclamado tanto pelos fãs de música de dança como pelos críticos, sendo já considerado um marco neste género musical pela amálgama de influências que consegue reunir com profunda mestria. É desta forma, em espírito festivo, que encerra a 5ª edição do Westway LAB.

O programa de Conferências PRO desenrola-se ao longo dos 4 dias do evento. O Westway PRO nasceu há 5 anos com a primeira edição do Westway LAB Festival. Na altura, as suas conferências, coorganizadas em parceria com a AMAEI – Associação de Músicos Artistas e Editoras Independentes, afirmaram este evento como a mais pequena conferência profissional de música da Europa – mas sempre com excelentes oradores como Peter Jenner, keynote speaker da primeira edição. Este ano, o festival traz a Guimarães Peter Smidt, fundador do Eurosonic. Contudo, as conferências não ficam por aí, triplicando-se no Palácio Vila Flor em 3 salas temáticas: Westway PRO, WHY Portugal Event e INES Sessions, esta última fruto da recém criada INES – Innovation Network of European Showcases, uma nova rede de cooperação originada por oito parceiros europeus, entre os quais o Westway LAB Festival, para potenciar a descoberta de artistas e o desenvolvimento da indústria da música. A juntar às Conferências PRO, a 11 e 12 de abril o festival promove as já habituais Talks no Cor de Tangerina e no Tio Júlio, sempre às 18h30, momentos em que os artistas em residência, depois de uma jornada de trabalho no Centro de Criação de Candoso (CCC), se abrem à conversa com o público e profissionais da área musical para testemunhar a importância de criar em Guimarães e trocar ideias sobre a experiência.

 

Rui Torrinha atesta ainda: “O fator surpresa, a descoberta, o intercâmbio, o empoderamento artístico, o cosmopolitismo e o lugar ao sonho, cabem neste território de criação e fruição chamado Westway LAB. E cabe aqui também o enorme magnetismo gerado pelos vários momentos singulares, que possibilitam regressos ou novos caminhos conjuntos. Afinal, a criação é o grande motor do mundo.”

 

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