CATAPULTA… nova mostra de cinema LGBTQI+ em Lisboa

CATAPULTA tem arranque já esta sexta feira. Esta é uma nova mostra de cinema e vídeo LGBTQI+ que pretende abrir diálogo sobre assuntos de interesse queer através da programação de filmes. Acontece em Lisboa de 30 de junho a 1 de julho no Cinema Fernando Lopes.

Esta é a primeira edição da CATAPULTA, criada pelo Queer Art Lab (plataforma lisboeta de capacitação, empoderamento e suporte direcionada a artistas LGBTQI+), a mostra surge da necessidade de representação honesta e útil, de temáticas relacionadas com a população queer através do cinema e vídeo.

O objetivo principal da mostra é ser palco de visibilidade, dar voz (tela neste caso) e por isso é, na perspetiva da organização, necessário ouvir da própria comunidade para compreender de que forma quer ser retratada. Neste sentido, toda a programação não só dá visibilidade como envolve pessoas queer, desde a curadoria, às artistas, à organização da mostra.

 

O cinema e o vídeo são artes de excelência para comunicar e participar na criação do imaginário coletivo sobre o que é ser uma pessoa LGBTQI+, por isso as sugestões de programação que a CATAPULTA nos propõe dão luz a várias experiências e realidades dentro do mundo queer. Todos os filmes serão seguidos de conversas sobre a temática abordada.

 

Com o documentário “The Alexander Ball” de Jessica Magro, parte-se da realidade experienciada pela comunidade de Ballroom na Austrália. Em conversa com Malia Imaan Bodega e Piny 007, duas pessoas influentes na cena Ballroom em Portugal, e com a moderação de Lou Loução, será possível conhecer a história desta comunidade desde o seu surgimento até ao ponto atual.

A curta-metragem documental “Chá da meia-noite” de Sibila Lind traz o reflexo de Jo Bernardo que foi, possivelmente, a primeira ativista T em Portugal. Este filme ilustra o seu caminho diretamente associado ao dos direitos e experiências das pessoas trans em Portugal. Já o filme “Before You Know it” de PJ Raval, dá uma perspectiva do que pode ser envelhecer como pessoa LGBTQI+.

Com base nestes dois filmes, há uma conversa moderada por Dani Bento e com a presença de Hélder Bértolo, Inês Dust e Paolo Gorgoni, que trazem as suas preocupações e abordagens face ao que é envelhecer sendo uma pessoa LGBTQI+. Envelhecer sendo pan, não binárie, pessoa que vive com HIV, diferentes espectros a explorar nesta conversa.

 

O filme documental que fecha a mostra é “Indianara” de Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa, onde é dado acesso à luta de mulheres trans no Brasil. Keyla Brasil, uma mulher travesti imigrante que liderou o movimento Transfake em Portugal e Era Rolim, a artista trans responsável atualmente pela direção artística no Palácio do Grilo, estarão presentes para falar da sua vivência e experiência numa conversa moderada por Iago Marichi e intitulada “Pessoas T migrantes em Portugal”.

 

A mostra CATAPULTA ocupa o seu espaço pela primeira vez no Cinema Fernando Lopes, dentro do Campus Universitário da Universidade Lusófona (Lisboa).

Partilha