APATIA é a nova criação de Mariana Fonseca

Um comboio, em andamento, com cinco pessoas dentro, fica sem travões. Existem dois desfechos possíveis para esta viagem e estão ambos nas tuas mãos – Matar ou deixar morrer?

APATIA é o novo espetáculo de Mariana Fonseca, a partir de um texto original de sua autoria. O espetáculo, com uma forte componente física, protagonizado pelos atores Daniel Viana e Sandra Pereira, inclui ainda um Coro composto por 4 atores inspirado pela obra “Os Velhos Também Querem Viver“, de Gonçalo M. Tavares.

Há vestígios. Vestígios. Vestígios de carne no ar. Vestígios de carne crua a pairar. Vestígios de carne crua, fresca, a volitar. Vestígios da vulva. Vestígios da vagina. Vestígios da virilha. Vestígios da vesícula. Vestígios do ventrículo. Vestígios. Vestígios a vadiar. Vestígios a vaguear. Vestígios MEUS a voar. Vestígios. Para a menina, para o menino e para quem os apanhar.

 

Os facilitismos adjacentes a uma dita geração millenial, traduzidos em oportunidades low-cost e tecnologias de informação e comunicação que respondem à velocidade de um clique, promotores de um silencioso adormecimento generalizado, cimentaram a urgência em edificar APATIA, um projeto que, ao contrário do que o título indica, propõe acção.

O espetáculo, que, em certa medida, poderá colher influência do que o teórico alemão Hans-Thies Lehmann designa como “teatro-radiofónico”, reitera a estética que a jovem criadora tem vindo a explorar desde 112 – O Jantar Está Mesmo Quase, um projeto que mereceu a atenção de diversos agentes culturais e onde se apresentava uma reflexão sobre a precariedade com que os jovens atores recém-licenciados se deparam após terminarem os seus estudos.

Ainda em fase embrionária, “APATIA” foi no ano passado um dos projetos finalistas da bolsa  Amélia Rey Colaço, promovida pelo Teatro Nacional D. Maria II. O espetáculo, agora coproduzido pelo 23 Milhas, teatromosca e BAAL17, tem estreia marcada para dia 8 de abril de 2020, no CAL – Primeiros Sintomas, em Lisboa, seguindo depois para o AMAS – Auditóro Municipal António Silva, no Cacém, e para o Teatro Municipal Amélia Rey Colaço, em Algés.

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