Benjamin Clementine… O gigante de pés descalços regressou ao Coliseu

Em dia feriado, o gigante de pés descalços apresentou-se no Coliseu com um quinteto de cordas (quinteto de cordas parisiense) numa versão mais acústica do seu trabalho, encerrando assim uma digressão que o levou a vários locais e espaços em Portugal tendo inclusive apresentado a sua música nos Açores.

Poeta, músico e compositor, Benjamim consegue igualmente de uma forma simples e inocente entreter e cativar quem o vê e ouve ao vivo, alternando a sua presença entre o piano e o palco, neste seu regresso ao Coliseu Porto.

Depois de abrir o concerto com “Winston Churchill”, seria com o tema “Condolence” o primeiro grande momento da noite, momento esse que se prolongou até ao final. Aos primeiros acordes de “Condolence”, Benjamin puxou pelo público como nunca ninguém que eu vi nesta sala o fez, e como só ele sabe. Depois de cirandar pelo palco abeirou-se das escadas que ligavam ao fosso e repentindo várias vezes as estrofes:

“I’m sending my condolence…

I’m sending my condolence to fear…”

 

Não precisou de pedir para que o acompanhassem, o público repetiu “Condolence” várias vezes deixando o músico maravilhado. Benjamin acabou o tema ao piano, aplaudindo o público que o ovacionou de pé. “Estou muito orgulhado”, disse…

Seguiram-se temas bem conhecidos do público como o já classico “London”, “I Won’t Complain” (recebida com nova ovação mas desta vez de todo o coliseu) e o preferido “Cornerstone”, o tema que deu a conhecer Benjamin Clementine.

Depois de “Gone” e com um final a “dormitar e a ressonar”, que arrancou algumas gargalhadas por parte de quem estava na sala, Clementine levanta-se e afirma num português quase perfeito. “Agora vou cantar”. Alias, foram várias as tentativas do música de falar a língua de Camões como forma de demonstrar o seu carinho pelo público nacional.

Adios” começou com um solo de violoncelo e com Benjamin a fazer percussão no topo de piano. Acabou novamente com ovação de pé e com a apresentação dos músicos que o acompanham em palco.

 

Já no encore confessou…  Eu posso não conseguir voltar a casa”, mostrando-se agradecido ao público… “Obrigada pela vossa paixão”

Em “Phantom of AleppovilleClementine mostrou toda a sua dinâmica vocal acompanhada por um grande jogo de luzes que deu ainda mais dramatismo ao seu esvoaçar em palco fazendo sobressair a sua camisa branca de mangas de balão.

“Não sei o que o Porto tem… Será o vinho!”. Sempre bem disposto, ironizou com aqueles que saíram mais cedo da sala, perguntando se tinham que ir apanhar um autocarro, comboio, bicicleta…

Thank you very much”…. “Vou ter saudades” replicou em português, e terminou a atuação com “Farewell Sonata”, sem antes ter percorrido todo o comprimento do coliseu para dar um “Hello” ao público que encheu a sala em jeito de despedida. Foram poucos os telemóveis que se viram levantados durante o concerto mostrando que o público estava lá para realmente o ouvir.

Foi o terminar em grande de mais uma passagem por Portugal. Definitivamente Benjamin Clementine conquistou o público nacional, e o público Português continua a conquistar o músico britânico.

O concerto teve uma primeira parte a cargo de Beaven Waller.

Alinhamento

– Winston Churchill

– God Save The Jungle

– Awkward Fish

– Paris Cor-Blimey

– Condolence

– London

– I won’t Complain

– People and I

– Nemesis

– Cornerstone

– Gone

– Adios

– Better Sorry tha Safe

– Phantom of Aleppoville

– Farewell Sonata.

 

Fotografias / Reportagem: Júlia Oliveira

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