A mais internacional e literária das bandas está de regresso com “Stairs”

É bem mais simples mapear a prolífica carreira dos The Loafing Heroes que conseguir seguir, com exactidão, os itinerários deambuladores dos seus membros. Será por isso que as paisagens imaginadas e as personagens errantes que habitam as suas músicas parecem tão próximas, tão reais?

Será pelos diferentes mundos – geográficos e literários – que o irlandês Bartholomew Ryan e a italiana Giulia Gallina cruzam em Lisboa?

Ou será pela delicadeza e elegância com que traduzem todas as suas aventuras, preocupações e pensamentos para auto-harpa, viola, clarinete baixo, guitarra, concertina, percussão e, claro, voz?

Por tudo isto, os The Loafing Heroes são bem mais que mais uma banda que pode ser reduzida a uma categoria.

É essa visão de entrelaçamento, de transformação e de alegria que responde à sobrecarga tecnológica e à catástrofe ecológica dos nossos tempos que marca o regresso da banda aos álbuns de originais. E, com este novo “Meandertales” já são seis. O single de avanço para o novo disco, “Stairs” leva-nos, ora para cima, ora para baixo, por um caminho onírico, ora estranho, ora familiar. Os tons mudam, os ritmos também. Há descanso mas não descomprometido.

Queimam-se cabelos, há pele que se transforma em água, descobre-se um software obsoleto e uma misteriosa mulher vai ‘apenas’ avisando que é preciso respirar. Um conto de fadas em formato dark dream-folk que se recusa a ser adocicado pelo lado mais pueril da imaginação mas que, ao mesmo tempo, é nela que bebe a sua energia.

Gravado nos UFO Studios, em Berlim, o novo disco “Meandertales” será lançado em Maio.

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