Foi desvendado o plano de ação e programação d’ A Oficina para o próximo quadrimestre

De maio a agosto, o Centro Cultural Vila Flor (CCVF), o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), a Casa da Memória de Guimarães (CDMG), o Centro de Criação de Candoso (CCC), o Espaço Oficina e até a Loja Oficina irão ser dominadas pelo teatro, dança, música, artesanato, formação, artes plásticas – e pelas famílias – numa programação contaminada pelo território e de mãos dadas com o Teatro Oficina e novas ações de Mediação Cultural, convocando (e colhendo a energia de) público e artistas para esta prolongada celebração.

 

O teatro está vivo e manifesta-se intensamente. De 30 de maio a 16 de junho, a 32ª edição dos Festivais Gil Vicente comemora o teatro em Guimarães, este ano, de forma mais longa do que é habitual e afirmando a pluralidade do seu nome, começando logo no início de maio e prolongando-se por quase três semanas. No programa, os espetáculos das companhias profissionais vão ser antecedidos pela Mostra de Amadores de Teatro, que leva os grupos não profissionais do concelho ao palco do CCVF.

O Gangue de Guimarães, os alunos da Licenciatura em Teatro da Universidade do Minho e das Oficinas do Teatro Oficina também se juntam ao programa. E há também formações, oficinas e encontros. É uma festa para todos os praticantes de teatro de Guimarães, sejam profissionais, amadores ou estudantes.

Antes disso, já a 4 e 5 de maio, o teatro eleva-se também a um estado maior com o premiado Tiago Rodrigues – diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II – a apresentar no CCVF os espetáculos “Sopro” e “Como ela morre”.

 

A música de Jorge Palma e de Julia Holter (na foto) faz-se ouvir no Centro Cultural Vila Flor a 10 e 27 de maio, respetivamente, para 2 concertos no seu Grande Auditório. O Dia Internacional dos Museus (18 maio) é dia de entrada gratuita em todos os museus e os espaços geridos pel’ A Oficina associam-se à celebração, que este ano se alarga até à meia-noite. Mas não apenas abrem as portas para mostrar as suas exposições, como propõem um conjunto de atividades para todos os públicos, com um leque variado de oficinas e visitas performativas.

As artes plásticas surpreendem com 2 novas exposições no CIAJGGeometria Sónica e Carlos Bunga – a inaugurarem de portas abertas a 29 de junho. O som é matéria incontornável através do qual se constroem as peças de Geometria Sónica, exposição do segundo ciclo do ano no CIAJG, fruto de uma coprodução entre este museu e o Arquipélago, centro de arte contemporânea na ilha de S. Miguel, nos Açores. Até abril e durante mais de um ano, 13 artistas foram desafiados a colaborar para criar a partir dos Açores e tendo como ponto de partida o Arquivo de Som e Imagem da RTP. Francisco Janes, Francisco Queimadela e Mariana Caló, Jonathan Uliel Saldanha, Laetitia Morais, Manon Harrois, Miguel Leal, Mike Cooter, Pedro Tropa, Pedro Tudela, Ricardo Jacinto, Sara Bichão e Tomás Cunha Ferreira, todos criadores cujas obras e pesquisas incorporam o som como material ou como estrutura conceptual, foram os escolhidos para três exposições Arquipélago de que o CIAJG recebe agora uma seleção de obras. Fruto de uma outra coprodução, desta feita com o MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, de Lisboa, onde esta exposição se apresentou inicialmente, em novembro
do ano passado, a Arquitetura da Vida: Ambientes, esculturas, pinturas e filmes é a primeira grande revisão da obra do artista português Carlos Bunga, radicado desde há uma década em Barcelona.Esta mostra reúne obras de diferentes períodos, ao longo de 15 anos de produção do criador, mas também distintas linguagens e meios, como o título da exposição antecipa.

 

A ação do serviço de Educação e Mediação Cultural ocupa um lugar cada vez mais significativo, amplo e regular na programação da cooperativa vimaranense, com um reforço de um conjunto de visitas performativas pelos seus espaços – nomeadamente Do Avesso, de Manuela Ferreira e Ponto de Fuga, de Nuno Preto –, oficinas de diferentes âmbitos para famílias e espetáculos, entre outras atividades que acompanham praticamente toda a restante programação. Essencial relevar ainda a vida d’ A Oficina nas escolas, com a implementação dos projetos Mais Dois, em que cerca de 2500 crianças do 1º e 2º anos de escolaridade estão envolvidas neste programa de aprendizagem centrado na dança e no teatro que é levado a todas as escolas do concelho de Guimarães pelo quinto ano letivo consecutivo; Pergunta ao Tempo, em que o património é o objeto de atenção de cerca de 300 alunos e professores do 4º ano de escolaridade das escolas de Guimarães, a quem é colocado o desafio de descobrir e reinterpretar a exposição permanente da Casa da Memória; e Ante Pé que, nascido de mãos dadas com o Mais Dois, explora a música, a dança e o teatro como instrumentos de aprendizagem de crianças do ensino pré-escolar e 1º ciclo nas escolas do concelho de Guimarães.

 

Outra das apostas maiores d’ A Oficina continua a ser o apoio à criação, aqui afirmada com Bolsas de Criação, a relação com a Licenciatura em Teatro da Universidade do Minho e os vários Plano de Apoio à Criação Territorial (PACT), consubstanciado pelo PACT com o Gangue de Guimarães, PACT com os amadores de teatro e PACT com o teatro nas escolas.

 

A fechar este quadrimestre, as incontornáveis Festas da Cidade e Gualterianas recheiam Guimarães de 2 a 5 de agosto com um extenso programa de atividades repletas de tradições (e não só), este ano com um inevitável destaque para o regresso da Feira de Artesanato ao jardim da Alameda São Dâmaso, entre 26 de julho e 5 de agosto.

 

“Um destes dias, o sol raiava na fachada do CIAJG iluminada de Pensamento Ameríndio e estava uma tarde gloriosa na praça da Plataforma das Artes. Mas noutro dia, de chuva intensa, os novos pendões brancos do Alfabeto Africano do José de Guimarães ainda projetavam luz sobre a praça. Bela metáfora: mesmo em dias desses, mais cinzentos, A Oficina deste futuro quer projetar luz sobre as praças. Abram-se as janelas, todas, luz cá para dentro, luz sobre as praças!” (João Pedro Vaz, diretor artístico d’ A Oficina)

 

photo: Paulo Homem de Melo / arquivo Glam Magazine

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