Ao segundo dia de festival dois nomes destacavam-se no alinhamento, os Interpol e claro Courtney Barnett. O outro que possam estar a pensar fica para outras núpcias…
Courtney Barnett é sem dúvida uma das grandes cantautoras do momento, apesar da sua curta carreira, e claro só podia chegar dos antípodas. A Australiana, que gravou uma verdadeira pérola musical com Kurt Ville, trazia o seu mais recente disco, “Tell Me How You Really Feel” ao palco maior do NOS Primavera Sound.
Introspectiva mas acima de tudo irreverente de uma forma cuidada, as canções de Barnett percorrem a sua visão de um mundo egoísta e narcisista com pilares assentes em redes sociais onde a imagem que se quer transmitir é sempre a pensar nos outros.
Será que ela também pensa assim?
Talvez sim, talvez não… ‘digam-me como se sentem…’ terá dito de forma discreta ao longo do concerto sem esperar uma resposta pois estava ali para transmitir a sua mensagem em forma de canções… e que canções.
Barnett esquece os guiões e o convencional em palco, segue o seu pensamento e deixa as canções seguir o seu rumo e a sua inspiração. A maior parte das vezes terminava as mesmas de uma forma abrupta e sem nexo, como se tivesse terminado de divulgar determinada mensagem ou estado como em “Nameless, Faceless” ou “Are You Looking After Yourself?”.
Apesar do hino libertador “Everybody Here Hates You”, Courtney Barnett deixava no ar a sensação que este poderia ser o concerto da noite, dependendo da forma como os Interpol iriam abordar a sua passagem pelo festival.
Poderia arriscar e dizer que faltou Kurt Ville, mas no final… não fez cá falta.
Avant Gardener
City Looks Pretty
Small Talk
Need a Little Time
Nameless, Faceless
I’m Not Your Mother, I’m Not Your Bitch
Crippling Self Doubt and a General Lack of Self Confidence
Small Poppies
Depreston
Are You Looking After Yourself?
Elevator Operator
Everybody Here Hates You
History Eraser
Charity
Nobody Really Cares If You Don’t Go to the Party
Pedestrian at Best
Fotografias: Paulo Homem de Melo
Reportagem: Sandra Pinho