Está fechada a programação para a sétima edição do Tremor. O festival que regressa entre os dias 31 de março e 4 de abril, vai curar uma exposição que pretende trazer um novo olhar sobre as narrativas identitárias do arquipélago. Com inauguração a 29 de março, Epicentro: Milagre ficará patente até 28 de junho e integrará criações de Berru, Francisco Lacerda, João Ferreira, Tito Mouraz e Petites Planètes (Vincent Moon e Priscilla Telmon). Novidade é também a extensão ao município de Vila Franca do Campo, este ano o palco para todas as actividades de sexta à tarde.
Epicentro: Milagre não cabe nos limites do que conhecemos das leis naturais, deslizando, por isso, para a fé, a crença, o delírio, a imaginação sobre a criação e destruição da natureza e da cultura, o espantoso divino, tremor e o terror. Com curadoria do Tremor, a mostra olhará a forma como a especificidade da ilha molda uma identidade cultural, a açorianidade à imagem de Vitorino Nemésio, apresentando artistas cujas obras e pesquisas incorporam o documental, o ficcional, a fantasmagoria ou o convite à imersão e, com isso, contribuindo para uma reflexão em torno dos conceitos associados ao território. Integrando propostas inéditas com linguagens no som, na fotografia, no cinema ou na instalação, a mesma terá como epicentro expositivo e performativo o Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas e contará com um programa paralelo de espectáculos e visitas guiadas orientadas pelos curadores e artistas.
Apostando novamente na formação de novos públicos, o Tremor 2020 organiza ainda um conjunto de actividades dedicadas ao público infantil e familiar. Ritmo, Som, Plasticidade são os motes do Mini Tremor deste ano, num programa que integra oficinas de artes plásticas e som, instalações artísticas, performances e música. As actividades serão orientadas pelo Estúdio 13, pela Black Sandbox Skate Park, José Alberto Gomes, André Menezes Melo e o colectivo artístico formado por Sérgio Couto, Jorge Queijo e Maria Mónica.
Completando o seu trabalho de ligação com a comunidade, o Tremor integrará ainda um total de cinco residências artísticas que vão propor criações e espectáculos inéditos nas áreas da música e artes performativas. Do projecto Atlas São Miguel, com direcção artística de Ana Borralho e João Galante, que fará subir a palco 100 açorianos de diferentes profissões e enquadramentos sociais, à nova colaboração com a Escola de Música de Rabo de Peixe, desta feita, com o músico Jerry the Cat, passando pela pela junção de Filho da Mãe, Norberto Lobo e Ricardo Martins e o novo episódio do trabalho da ondamarela com a Associação de Surdos de São Miguel. Destaque ainda neste cartaz para os concertos e propostas de músicos locais. O rapper Lil Kyra e a banda de metal In Peccatvm, os criadores Luís Gil Bettencourt e Mário Raposo e a tríade Luís Senra, Sofia Caetano e PMDS responsável por criar a banda sonora para o Tremor Todo-o-Terreno deste ano, adensam um alinhamento que prevê integrar mais de 250 artistas e habitantes locais.
photo: Vera Marmelo