Temporada da Galeria Zé dos Bois chega ao fim em Julho…

É já hoje, dia 15 de Julho às 19h, que acontece a primeira edição de Som Crescente um workshop dedicado à performance musical que unirá músicos dos mais diversos quadrantes para apresentações únicas em formato de banda. Peter Evans guiará o workshop todos os meses com a ajuda de um convidado especial.

Para a primeira apresentação Peter Evans convida Gabriel Ferrandini a quem se juntam os músicos Tom Maciel, Simão Bárcia Gomes, João Carreiro, José Lencastre e Sofia Pádua Santos.

Destaque ainda para o quarteto de William Parker, Hamid Drake, Luís Vicente e John Dikeman com estreia marcada na ZDB a 19 de Julho e com um workshop do mestre Parker, a acontecer no dia anterior. O trompetista Luís Vicente tocou já por algumas vezes com John Dikeman, cuja linguagem tem sido aprimorada continuamente em inúmeras colaborações e rodagem. Trabalho louvado que o leva ao trio com com estes dois gigantes: Hamid Drake e William Parker. O primeiro é um dos maiores bateristas e percussionistas vivos, dono de um domínio tímbrico, ritmico e textural capaz de açambarcar as vontades e balanços da América Central e Latina ou da música do Médio Oriente. Em comunhão com grandes como Don Cherry, Pharoah Sanders, Herbie Hancock ou, com grande recorrência, William Parker. Lenda. A chegar aos 70 anos e com história passada, presente e futura no jazz, no improviso, na libertação. Na elevação do contrabaixo, a deixar um campo de acção e uma discografia imensa, quer enquanto líder, quer enquanto colaborador regular de David S. Ware, Peter Brotzmänn ou Charles Gayle. Aqui, num quarteto sem organizações hierárquicas ou juízos de valor. A masterclass com William Parker é aberta a todo o tipo de instrumentistas e níveis de estudo e acontece no dia 18 de Julho às 17h. As inscrições podem ser efectuadas através do email: reservas@zedosbois.org

Na noite de 26 de Julho a ZDB apresenta a noite BRAVE com Manara, DJ e produtora londrina, conectada a duas das mais inovadoras editoras de música clubbing: Night Slugs e Fade To Mind. Os seus sets já foram desde o Berghain ao MOMA PS1, Manara deixou saudades desde a última actuação no Aquário. A esta noite juntam-se ainda Stasya, Herlander, Lilmara, Deadflyingthings Fabz.

Entre constantes e diversas propostas na música de dança em 2019, e cada vez mais fertilizando outros terrenos, é sem surpresa que a mais bela alucinação volta a chegar do continente africano. Bamba Pana aperta feio no pulso rudimentar e visceral. Tido localmente como um dos representantes do movimento singeli, género musical frenético e comparável a outras linguagens — hoje mais reconhecidas — como o kuduro ou grime, é na verdade um fenómeno em expansão. Um dos artistas fortes da Nyege Nyege Tapes, que ultimamente tem apresentado dinamite como Nihiloxica, Otim Alpha ou Jay Mitta, acaba por também ser uma excelente porta de acesso uma editora que em cerca de três anos já definiu um lugar de excelência. A actuação no Boiler Room com o MC e habitual colaborador Makaveli espelha, sem necessidade de palavras redundantes, a libertação presente na oferenda sónica de Bamba Pana. Um postal sonoro da Tanzânia, com amor e fervor para terminar esta temporada da ZDB na noite de 27 Julho.

A música regressa em Setembro com os já anunciados Steve Gunn, Valley Maker, Black Midi, Nivhek (na Igreja de St. George) e Weyes Blood (no B.Leza)!

 

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