Teatro Carlos Alberto recebe o último espetáculo da democracia

Estamos no último dia da democracia e este é o último espetáculo a ser visto em liberdade. É assim que Cordyceps se apresenta ao público.

A peça, criada por Eduardo Molina, João Pedro Leal e Marco Mendonça, explora a maleabilidade da memória, a manipulação e a ténue linha que separa a verdade da mentira, quer no dia a dia quer no teatro. Produzido pelo Teatro do Vão, em parceria com a Rede 5 Sentidos – da qual o Teatro Nacional São João faz parte –, este retrato distorcido, mas verdadeiro, da atualidade, vai estar em cena esta sexta e sábado (29 e 30 de Outubro), às 19h00, no Teatro Carlos Alberto.

 

Arquitetada pelo coletivo lisboeta antes da pandemia, esta distopia é provocada pelo cordyceps, um fungo tão real como o vírus que enfrentamos há mais de um ano. Na peça, este endoparasita – que cresce principalmente em insetos, tornando-os em autênticos zombies – passa a infetar seres humanos, retirando-lhes o livre-arbítrio e tornando-os presas fáceis de mentiras e conspirações.

Perante isto, os criadores lançam a questão, apelando a um exercício de autorreflexão: estaremos já todos infetados?

 

Fotografia: Pedro MKK

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