Se eu vivesse tu morrias… Teatro na Culturgest

Regressa à Culturgest um dos espetáculos mais convincentes dos últimos anos. Os atores e o texto conseguem ser tanto de papel como de carne, árvore e animal, e o livro que os espectadores recebem no início é um jogo novo para jogarmos. Se eu vivesse tu morrias recebeu o prémio da SPA para Melhor Texto Representado em 2016.

O título deste espetáculo é tirado do famoso epitáfio de Robespierre: “Passante, não chores a minha morte, se eu vivesse tu morrias.” O passante e Robespierre não podem estar vivos ao mesmo tempo e no entanto é isso que os dramaturgos e os atores fazem grosso modo no teatro: o dramaturgo morre, e o ator ressuscita-o sem ele próprio morrer.

Tomemos alguém que lê um texto em voz alta, em público, de papel na mão: estamos a deparar-nos com a simultaneidade da sua presença e da sua não-presença (tanto do texto como do leitor). Com este espetáculo queremos evidenciar a não-presença, a fantasmagoria, o outro acontecimento que não é aquele que os atores costumam afirmar como o aqui e o agora. Pôr ainda mais o morto em cena. Não vamos convocar os mortos para a vida, vamos convocar-nos a nós para lá. E para isso pedimos ajuda ao texto que nos leve nesta viagem de morte. Página três; vamos começar.

Miguel Castro Caldas

 

Conceção: Miguel Castro Caldas, Lígia Soares e Filipe Pinto

Direção e texto: Miguel Castro Caldas

Criação, interpretação e figurinos: Lígia Soares, Miguel Loureiro e Tiago Barbosa

Criação, cenografia, imagem, figurinos: Filipe Pinto

Criação, som, vídeo, luz: Gonçalo Alegria

Direção técnica: Cristóvão Cunha

Criação e assistência aos ensaios: Catarina Salomé Marques

Pré-produção: Marta Raquel Fonseca

Produção executiva: Vânia Faria

Gestão e difusão: [PI] Produções Independente

Coprodução: Culturgest e Fundação GDA

 

Culturgest (Lisboa)

6 a 8 de Fevereiro 2018 | 21.30h

 

photo: Vitorino Coragem

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