Projecto Sonotomia… Residência artística no Litoral Alentejano

De 14 a 21 de Setembro, o projecto europeu Sonotomia visita o Alentejo, com a realização de uma residência artística que reúne criadores, cientistas, tecnólogos  e gestores  culturais, de   diferentes países.

O objectivo desta rede internacional é o de criar um registo para a posteridade de paisagens sonoras, algumas em  extinção. No Alentejo, a iniciativa vai incidir nos territórios marítimos,  fluviais e lacustres e o seus resultados farão parte das estreias do Festival Terras Sem Sombra nos próximos anos.

Inaugurado no Alentejo, em 2019, o projecto europeu Sonotomia volta à região de origem, para concretizar a sua primeira residência artística nos concelhos de Odemira, Santiago do Cacém, Sines, Grândola e Alcácer do Sal. O objectivo passa pela construção de um arquivo das paisagens sonoras do litoral alentejano, com recurso a um inovador suporte tecnológico, 4Sound, desenvolvido por peritos em acústica da Hungria, Países Baixos e Alemanha. O Atlântico, os velhos rios como o Mira e o Sado, as lagoas de Santo André, da Sancha e de Melides, os charcos temporários, mas também as estruturas devidas à interacção do homem com a natureza, como o cais palafítico da Carrasqueira e vários aquedutos, fontes e barragens, estão entre os territórios e monumentos visitados no decorrer da residência artística.

Espaços que são representativos da identidade e do património europeus na sua dimensão sonora. Áreas tão diversas como o porto de Sines, com os ruídos característicos da paisagem industrial, as zonas protegidas que salvaguardam a biodiversidade costeira–santuários de espécies raras da fauna e da flora–ou os plácidos espelhos líquidos do interior, onde reina um silêncio mais aparente do que efectivo, configuram este projecto multifacetado distinguido pela União Europeia.

A residência  artística  contará  com criadores,  cientistas,  gestores  culturais e  peritos  em património  cultural  e  natural provenientes  de vários pontos do  globo. Entre os presentes, destacam-se  Poul  Holleman (Austrália), Wes Broerse (Hungria),  João  Loureiro (Portugal), Antonio Jiménez (Espanha),Tessa Nijdam (Holanda) e Jamie Man (Reino Unido). Estes e outros especialistas lideram um conjunto de actividades de formação e co-criação que estabelecem, de forma pouco usual, ligações entre as artes  performativas  e  o  fenómeno  físico  do  som, expresso num intenso trabalho de recolha e interpretação das geografias sonoras                      in situ

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