Este segundo dia, de Portugal Fashion, 14 de outubro de 2021, na Alfândega do Porto começou com a designer ANYANGO MPINGA, que apresentou uma coleção maioritariamente em tons preto e branco, em tecido de bordado inglês, as outras peças eram bastante coloridas, tons laranja, verde e amarelo, com padrões de animais, da savana africana e pedras incrustadas.
A bijuteria usada era toda ela dourada e muito vistosa. Destaco as modelos “normais” que fizeram parte deste desfile, mostrando a beleza da nossa realidade, e não os corpos inatingíveis pela maioria da população. Coleção muito bonita, sóbria, e que até eu, com mobilidade reduzida, poderia usar.
Inês Torcato, apresentou a sua coleção, não em desfile convencional, mas num conceito diferente, que na minha opinião não surtiu o efeito desejado, a sala era demasiado pequena para o pretendido. O público não se sentou e os modelos não desfilaram em modo passerele. Os modelos iam entrando e o público, encostado à parede da sala, ia observando.
Os tons desta coleção foram o verde escuro, cor de vinho tinto, castanho e creme; os materiais utilizados foram o veludo, a malha e um material parecido com a camurça.
Na sala tinha, também, dois chariots, onde estavam pendurados um sortido de casacos, que alguns modelos, que estavam a assistir, foram vestindo.
Pessoalmente, não gostei do conceito.
O terceiro desfile ficou a cargo de Nuno Miguel Ramos, foi fantástico.
Os tecidos escolhidos para a coleção apresentada foram o cetim, o bordado inglês, o tule, as lantejoulas e um tipo de pele, mais fina do que o couro. As cores dominantes foram o amarelo, o pérola/champanhe e o dourado.
Destaco as peças em tule, tanto o vestido lilás, como o branco transparente; os vários colares de conchas a fazerem de top, foi genial; os vestidos em lantejoulas, também estavam muito elegantes e com muito bom gosto; toda a gama em bordado inglês estava excelente.
Desfile top, muita criatividade e muito, mas muito bom gosto.
A coleção de Odio Mimonet, entrou em “cena” , e quanto aos tons escolhidos vimos o azul, o laranja, o preto, o vermelho e o bege escuro; os tecidos escolhidos foram o tule e um tipo de sarja acetinada, brilhante. Algumas partes de cima, como uma blusa com corte em v invertido na parte de baixo, era toda debruada a lantejoulas, assim como a maior parte dos “kimonos” eram praticamente todos bordados a lantejoulas.
Uma coleção muito elegante, enriquecida com uma série de malas, em pele, espetaculares.
A coleção da Unflower foi apresentada em open space, tendo como cenário uma tarde maravilhosa de sol, e o rio Douro como pano de fundo.
Esta coleção caracterizou-se como uma coleção juvenil, fresca e confortável. Os tecidos utilizados foram, sobretudo, o cetim e a sarja/algodão.
As cores predominantes desta coleção eram o pérola/champanhe, estampados floridos com motivos pequenos em tons de azul pastel e pérola, e o tom, também dominante, que na ausência do termo correto , para melhor vos elucidar decidi apelidar de “leite com Nesquick”.
Destaco os vestidos, fluidos, leves, frescos, super cómodos, assim como as transparências em rede, quer diretamente sobre a pele, quer sobre o tecido.
Adorei, achei original, muito jovem, muito cool.
O sexto momento, deste segundo dia, do Portugal Fashion, caracterizou-se por um happening que esteve a cargo da marca Ernest W. Baker.
Em open space, dentro do edifício da Alfândega do Porto, num recanto atapetado a vermelho, repleto de baldes pretos cheios com rosas vermelhas, estava disponível um ecrã com phones, onde o público podia assistir à nova coleção da marca. Achei surreal, completamente descabido, ainda mais que os phones eram partilhados sem serem desinfetados, ou limpos.
O último desfile do dia, na Alfândega do Porto, coube à Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, intitulado “Desfilar em Segurança”, desenhado por Katty Xiomara.
Os modelos desfilaram com calças, calções, saias em tons de azul marinho, cinzento e preto e com T-shirt em algodão branco com frases e sinais alusivos à prevenção rodoviária, “Desacelera, segue a tendência”; “Drive safe”; “Cinto-me vivo”; “On Road” com símbolos, sinais que todos temos de respeitar.
Muito original, e ao mesmo tempo didático e pedagógico.
Do que assisti, na Alfândega, destaco as coleções de ANYANGO MPINGA, Nuno Miguel Ramos, Unflower e katty Xiomara, é uma questão de gosto pessoal, foram as que me fizeram sorrir, querer vestir, querer desfilar, com elas vestidas pelos meus locais de eleição, foram as que me fizeram esquecer que o frio está quase a chegar.
Estas coleções fizeram-me ansiar pelo bom tempo, outra vez.Katty Xiomara, pela forma criativa de como abordou o tema da Segurança Rodoviária, foi muito bom.
O Portugal Fashion, continuou no antigo Matadouro Industrial do Porto, com o desfile de Marques’Almeida.
Reportagem: Ana Cristina
Fotografias: Paulo Homem de Melo
