Nayela nasceu na comuna de Etterbeek em Bruxelas, e as suas primeiras memórias são musicais, graças a uma família com gostos ecléticos, talento para o canto, e um pai guitarrista que a ensinou a amar Angola através das canções que fazia brotar do violão, antes de se mudarem para Luanda, quando Nayela tinha 13 anos.
Durante a adolescência teve aulas de guitarra e de tanto ver o irmão – o Dj e produtor Nazar – obcecado com o Fruitloops, decidiu aventurar-se também no mundo da produção digital. As primeiras maquetes garantiram-lhe o passaporte para Joanesburgo, onde aterrou no concurso de talentos The Voice Angola. A experiência na África do Sul foi intensa e veio aguçar ainda mais o seu apetite por uma carreira musical fora de caminhos já batidos.
Escrito e produzido por Nayela, “Perda”, o seu single de estreia, combina sem esforço, vulnerabilidade e nostalgia. A leveza lírica das imagens que a sua voz invoca, convidam o ouvinte a entrar num mundo construído a partir de grooves de baixo ondulantes, batidas quebradas envolvidas em camadas de sintetizadores etéreos que a compositora, multiinstrumentista, denomina como sendo R&B sob o signo de Luanda.
Radicada em Lisboa desde 2019 onde, além de cumplicidades musicais com artistas como Dino d’Santiago, Kady, estreou-se também como actriz pela mão da realizadora Graça Castanheira no filme “Pele Escura” (2021). As suas influências musicais vão do Semba, MPB, R&B, Kuduro, Kizomba e música electrónica que tanto a levam de volta às festas de garagem com irmãs e irmãos no lar paterno em Bruxelas, como também lhe servem de mapas para uma Angola futurista que há muito vem sendo adiada.
