Os corpos e as suas micropolíticas em exposição no CAAA

Inaugura a 11 de Janeiro a exposição individual de Paulo Aureliano da Mata e a de Tales Frey no CAAA – Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura em Guimarães. Tão Só o Fim do Mundo e Cinco Tácticas de Ativação compilam mais de 20 obras que pretendem questionar o lugar das ditas minorias numa economia excessivamente centrada no capital e na normatividade. A par das exposições, o programa inclui ainda a exibição dos filmes O Processo, de Maria Augusta Ramos, que olha, por dentro, o processo de impeachment de Dilma Rousseff, La Féerie des Ballets Fantastiques de Loïe Fuller, de Georges R. Busby, e Tão Só o Fim do Mundo, de Xavier Dolan.

 

Como uma maneira nítida de evocar a noção de que “a questão política é uma questão estética e, reciprocamente, a questão estética é uma questão política”, em uma sala do CAAA – Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura de Guimarães, o artista brasileiro Paulo Aureliano da Mata apresentará treze obras em sua mais recente exposição individual Tão Só o Fim do Mundo, cujo título é inspirado na obra de Jean-Luc Lagarce e por meio da qual Paulo Aureliano da Mata traz conteúdos autobiográficos com um desejo profundo de comunicar algumas injustiças sociais, como é o caso da transexual brasileira Gisberta Salce – brutalmente assassinada em 2006 no Porto – e o avanço de um sistema opressor, como a releitura de uma de suas obras, contextualizando-a com a atual discussão sobre a Escola sem Partido no Brasil, ou vulgarmente Lei da Mordaça, enquanto em outra sala da mesma instituição, o artista brasileiro Tales Frey realizará a exposição Cinco Táticas de Ativação, composta por obras sensoriais que colocam os corpos dos visitantes em convívio, trazendo à tona um problema basilar do pensamento político que consiste em propor garantias de vivências harmoniosas numa unidade comum, considerando as variadas singularidades, as dessemelhantes subjectividades

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