Obras a concurso no Festival FUSO 2021 revelam a vitalidade da criação artística em Portugal

O FUSO – Anual de Videoarte Internacional de Lisboa está de regresso aos jardins e claustros dos museus de Lisboa, de 25 a 29 de agosto.

Além das sessões curatoriais, o festival exibe uma sessão composta pelos vídeos submetidos a concurso, através de uma open call dirigida a artistas portugueses ou a residir em Portugal.

 

Para esta edição, foram submetidas 220 projetos de 91 artistas ou coletivos, um número recorde de inscrições, e seleccionados 16 vídeos, que vão ser apresentados na abertura do festival, a 25 de agosto, no MAAT.

Jean-François Chougnet, diretor artístico do Festival e responsável por esta selecção afirma:

“Nunca na já substancial história do Fuso, anual de videoarte de Lisboa, o número de participantes foi maior. Esta é, para além da qualidade necessariamente variável dos filmes, a prova da vitalidade da criação em Portugal. Pode-se pensar que neste ano de 2021 haverá um aumento no número de “obras de confinamento”. No entanto, esta categoria está, à primeira vista, totalmente ausente das propostas. Numa primeira análise, porque se voltarmos a olhar para eles, se o confinamento não é um assunto, os temas escolhidos muitas vezes estão ligados com a relação com o mundo, com o meio ambiente, temas que a pandemia covid-19 tornou mais significativas e mais angustiantes do que nunca.”

 

Assim, foram seleccionadas as seguintes obras: “Equinox” de Bruno Carnide, com acção nos subúrbios de Tóquio; “Rio Negro” de Cristina Ataíde, um vídeo que resulta de um profundo fascínio pelo momento de encontro das águas dos Rios; “La Ermita” um vídeo escrito e realizado por Eduardo Brito, que conta com música de Legendary Tigerman; Ema Ramos apresenta “Sempre achei que fosse uma pessoa de cidade“, uma reflexão sobre os seus últimos dois anos; “Quelimane” de Francisco Miguel, uma sinfonia visual que abraça a experimentação, questionando as fronteiras que o vídeo consegue ultrapassar; “Milkshake” de Grégory Le Lay, um olhar crítico à indústria leiteira dos Açores; Helena Inverno, Verónica Castro e Bouchra Ouizguen realizaram “Transhumance“, um ponto de confluências das práticas das três artistas (dança, som e imagem em movimento); já Nuno Nunes-Ferreira apresenta “Café Central“, com 2500 recortes de jornais em 3 minutos; Paula Albuquerque é a autora de “Wash. Rinse. Repeat.”, uma montagem de imagens térmicas, incluindo as geradas por drones bélicos e de vigilância; do artista Pedro Calapez foi seleccionada a obra “Entremãos“; Renata Bueno realizou “Coreografia numa pedreira“, onde trabalhadores e máquinas mudam a sua rotina e com a artista desenham no espaço uma coreografia; “O caminho ao até” de Sally Santiago usa imagens de arquivo para retratar o processo da confecção do linho, na região de Viseu; “Breathe a Little Bit Faster, now!” de Sara Bernardo inspira-se na obra “1984” de George Orwell; Sofia Arriscado e Costanza Givone realizaram “Lapso“, sobre espaço da dúvida e o tempo, e a quedas das fronteiras que separam o interior e o exterior do corpo; “The Factory (bad Machines)” de Susana Anágua é um vídeo realizado a partir dos diálogos do filme “Midnight Express” de Alan Parker; e por fim, “Passagem” de Tânia Dinis, um filme-ensaio sobre o que fica para lá da memória que se perde.

 

Os vencedores vão ser conhecidos na sessão de encerramento do festival, a 29 de agosto, no Museu da Marioneta, em Lisboa.

 

“Na fronteira” é o tema do FUSO 2021, cuja programação vai ser revelada muito em breve.

Partilha