O Julgamento de Ubu expõe a imoralidade da justiça

Em 1888, Alfred Jarry estreava Rei Ubu, peça que, mais de cem anos depois, viria a ter uma sequela imaginada pelo dramaturgo britânico Simon Stephens, O Julgamento de Ubu (2010).

A saga ubuesca chega agora ao Teatro Carlos Alberto (TeCA), numa coprodução Teatro de Marionetas do Porto e Teatro Nacional São João (TNSJ). O espetáculo conta com dramaturgia e encenação de Nuno M Cardoso e vai estar em cena de 7 a 16 de outubro, integrando a programação da 32ª edição do FIMP – Festival Internacional de Marionetas do Porto.

A passagem do Festival pelos espaços do São João integra ainda outras duas produções – O Que o Mundo Precisa é de uma Deusa, a 20 de outubro, e Big Bears Cry Too, a 23 e 24 de outubro, ambas em cena no Teatro Carlos Alberto.

 

Tal como no século XIX, é pela arte das marionetas que O Julgamento de Ubu se apresenta à plateia, ganhando apenas depois forma humana quando Ubu, símbolo dos ditadores contemporâneos, é sentado no banco dos réus de um Tribunal Penal Internacional – nesta encenação, numa carteira de escola e no banquinho do castigo. Destaque também para a récita de 10 de outubro, que conta com tradução em Língua Gestual Portuguesa e ainda com uma nova sessão das Conversas Com o Mestre, momento em que o dramaturgo e encenador Luís Mestre reflete sobre o espetáculo, em conjunto com os espectadores.

 

Photo: João Tuna

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