“No Fim Era o Frio” junta Mão Morta e Inês Jacques

No Fim Era o Frio” é um projecto que junta um grupo de música a um grupo de bailarinos para apresentar uma desconstrução de espetáculo de dança e de música. Contrariamente ao habitual concerto rock, onde uma banda se apresenta a tocar a sua música, trata-se aqui de um espectáculo onde um grupo de bailarinos apresenta a música da banda, dando corpo e movimento ao que esta toca. O palco funciona assim como um terreiro onde os bailarinos deambulam e a banda cria o cenário que dá sentido a essa deambulação.
Um grupo de seis músicos e um grupo seis de bailarinos juntam-se para apresentar uma desconstrução do espetáculo de música e de dança. É assim “No Fim Era o Frio”. A banda – neste caso os Mão Morta, matéria mítica do rock português – cria o cenário onde deambulam os corpos, em movimentos imaginados por Inês Jacques. Com música original de Miguel Pedro e António Rafael e narrativa de Adolfo Luxúria Canibal

 

Uma deambulação que parte de uma narrativa distópica onde conceitos como aquecimento global ou subida das águas do mar servem para um questionar e decompor de diferentes paradigmas do quotidiano. Trata-se de paradigmas que nos rodeiam e com os quais nos relacionamos e que todos os dias replicamos, criando com eles uma familiaridade tal que nos impede, muitas vezes, de deles tomar verdadeira consciência. Por isso queremos dar-lhes visibilidade, desviando-os para um outro enquadramento onde a familiaridade ganha a estranheza que permite a sua percepção.

Mas esta é uma percepção demencial, num horizonte ficcional que nunca sabemos se é real ou delirante e onde as composições criadas com os padrões deslocalizados da sua primitiva função dão novas vidas e leituras ao frio cosmológico e à solidão humana, aqui ecos de uma mesma inadaptação existencial e vazio afectivo.

No Teatro Avenida de Castelo Branco a 3 de maio, Teatro Municipal da Guarda a 8 de junho e Teatro Aveirense a 29 de junho

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